Monday, February 11, 2008

Grandes jogadores adversários II

Desde já aplaudo esta iniciativa do António, uma ideia que promete começar um tópico de saudável rivalidade que, aliás, sempre demonstrámos entre nós.
Enquanto lia o post dei-me conta de já ter escolhido o jogador rival para análise e não contive um sorriso quando reparei que era exactamente esse jogador o pedido:

Krassimir Balakov


O mago búlgaro começou a carreira no clube da sua terra natal, o modesto FC Etar Veliko Trnovo, em 1982, e onde se manteve até se transferir para o Sporting em Dezembro de 1990 pela mão de Sousa Cintra, depois de ter ganho o campeonato búlgaro e de uma transferência falhada para o CSKA Sofia.

Estreou-se pelos leões a 12 de Janeiro de 1991, num Sporting 2-0 Penafiel, destacando-se desde logo pela sua visão de jogo, capacidade de passe e drible, empolgando os adeptos leoninos que sempre se permitiam imaginar algo de mágico sair do seu fabuloso pé esquerdo.
Aliado às suas evidentes virtudes técnicas, Balakov sempre demonstrou uma invulgar mentalidade e combatividade para um médio criativo. Agarrava na bola e na equipa sempre que esta se encontrava em dificuldades para, através da sua imaginação e criatividade ao serviço do colectivo, suplantar todo e qualquer obstáculo. Exímio marcador de bolas paradas, aliando uma excelente colocação a um remate portentoso, fizeram de Krassimir um dos melhores e mais completos nº10 da Europa nos anos 90.
Fez parte de uma das mais empolgantes equipas do Sporting dos últimos anos em conjunto com Figo, Paulo Sousa, Capucho, Iordanov, Cadete, Juskowiak, que culminou com a conquista da Taça de Portugal ao Marítimo em 1994/95.
Todos se lembram do fabuloso tento marcado ao V. Setúbal em que Balakov partiu com a bola desde o meio-campo, fintando quatro jogadores e o guarda-redes, num dos melhores golos do campeonato nacional 1993/94.

Transferiu-se para o Estugarda em 1995 onde continuou a dar largas ao seu futebol imaginativo e construtivo, sempre feito de pinceladas de classe e liderança no transporte do esférico, através de assistências fatais ou bolas paradas exemplarmente batidas pelo seu pé canhoto. No Estugarda ganhou duas Taças Intertoto e uma Taça da Alemanha.

A sua carreira pela selecção nacional búlgara foi também notável. Basta lembramo-nos que pertenceu à fabulosa equipa que no Mundial 94 ficou em 4º lugar, onde pontificavam Stoichkov, Kostadinov ou Letchkov, tendo sido eleito para o onze ideal do Mundial. Internacional por 92 vezes, marcou 16 golos ao serviço da selecção.
Foi também eleito o melhor jogador búlgaro por duas vezes, em 1995 e 1997.

Retirou-se em 2003 depois de uma brilhante carreira com 516 jogos e 132 golos ao nível dos clubes. Desde então enveredou pelo caminho de treinador, primeiro com adjunto de Magath e Sammer no Estugarda e depois como treinador principal do Grasshoppers em 2006. Actualmente está no comando do FC St. Gallen.

A sua humildade e humanidade dentro e fora de campo é amplamente reconhecida. Balakov é embaixador das Aldeias SOS búlgaras desde 1998, contribuindo financeira e pessoalmente para essa instituição de ajuda aos mais desfavorecidos.
Na memória ficará para sempre o virtuosismo e genialidade das suas jogadas, a mestria com que conduzia a bola com o pé esquerdo e a saudade de um dos melhores jogadores estrangeiros de sempre a actuar no campeonato português, venerado por alguns mas admirado por todos.

Jogador para análise futura: Michel Preud'homme

2 comments:

António said...

Ganda Balakov e ganda rui! bom texto pá, deu gosto de ler. ainda bem que aderiste ao porjecto.. ja tou a tratar do preud'homme ;)

Rui Gonçalves said...

Tinha de ser pá! Eu também era um confesso admirador do Balakov quando ele jogava no Sporting e foi, sem dúvida, dos jogadores de maior talento a jogar em Portugal. Top 5 dos estrangeiros em terras de Afonso Henriques.

Venha daí o Santo Michel!

Abraço!