Friday, May 30, 2008

Grandes jogadores adversários VII

Magnusson
O erro da linha de montagem sueca

Chegado ao Benfica via Malmö, onde foi campeão sueco consecutivamente entre 85 e 87, Magnusson era um jogador ainda jovem quando aterrou em Lisboa. Com 24 anos, e de aspecto alto e louro, os benfiquistas desconfiaram, mas cedo viram que não havia motivos para tal, pois Mats Ture Magnusson revelou-se um jogador dotado de uma excelente técnica, muito móvel e com uma capacidade de remate fantástica.

Certamente que não era um brasileiro no toque de bola, mas tinha sempre forma de passar o adversário, fosse com a apoio das triangulações dos companheiros (Paneira, Valdo, Thern e Chalana eram exímios nesse aspecto), fosse através de um excelente posicionamento em campo. Mesmo que habituados a um outro tipo de avançado, os adeptos benfiquistas renderam-se à estatística do sueco: 87 golos em 164 jogos! E ainda hoje, muitos deles, quando vêem Nuno Gomes a falhar mais um golo, clamam pelo artilheiro de cabelos amarelos!

Ao nível do futebol, era fantástico ver actuar o Benfica de finais dos anos 80, já que era uma equipa de muitos contrastes: enquanto as outras grandes equipas apostavam em centrais pouco técnicos, no Benfica os brasileiros Mozer, Aldair e Ricardo Gomes eram as referências defensivas. No meio-campo e no ataque, o contraste geral: extremos portugueses a criar jogo em vez de brasileiros* e um sueco a facturar golos lá na frente. Pelo meio, Valdo como esteio da normalidade. Foi uma equipa de sonho que alcançou a final da Taça dos Campeões Europeus logo na primeira época de Magnusson de águia ao peito (a do penalty de Veloso, frente ao PSV) . O sueco foi aliás uma autêntica revelação, com 13 golos em 26 jogos disputados (média de um golo a cada 2 jogos).

Mas o melhor estava para vir. Numa fase do futebol português em que o vice-campeão costumava fazer carreiras fantásticas a nível do futebol europeu (nas 3 finais em 4 anos, tanto Porto como Benfica nunca conseguiram ganhar o campeonato quando chegaram à final da Taça dos Campeões), Magnusson sagrou-se campeão por 2 vezes nas 5 épocas em que esteve no Benfica, ambas sob o comando de Sven-Goran Eriksson, o outro sueco que trouxe Thern e que foi capaz de entender a melhor forma de rentabilizar todo o potencial de Magnusson. Resultado: melhor marcador do campeonato em 89/90 com 33 golos! Pelo meio, foi atingida novamente a final da Taça dos Campeões, infelizmente perdida para um Milan de outro planeta (Baresi, Maldini, Rijkaard, van Basten, Gullit...).
Foram de facto épocas de sonho para o Benfica e para Magnusson, que entretanto, ao nível da selecção sueca, foi construindo alguma reputação, acabando por jogar por 30 ocasiões pela selecção do seu país (9 golos), onde teve uma passagem infeliz pelo Mundial de 90 (apenas 45 min em 3 jogos e uma lesão contraída que o afastou 1 ano dos relvados).
Talvez o seu maior mérito na Suécia tenha sido mesmo o do ensino, pois jovens como Brolin, Dahlin e mesmo o mítico Larsson, todos eles tinham algo de Magnusson, fosse a mobilidade e posicionamento frente à baliza ou meramente o instinto de predador.
Estou em crer que, embora bem servidos por Gomes e Manuel Fernandes, os rivais internos do Benfica sentiram certamente alguma inveja quando olhavam para aquele louro e alto rapaz, capaz de marcar golos e decidir jogos, com um à vontade incrível, de quem estava ali apenas a cumprir uma função. Essa marca de profissionalismo, além da estatística, é claramente o seu melhor legado, ainda que muito desrespeitado pelos actuais plantéis encarnados.

Como curiosidade final, assinalar que Magnusson esteve presente em Copenhaga na pré-eliminatória da Champions do ano transacto, com o seu belo cachecol do Benfica. Se ainda procuram mística, hei-la!

* O lançamento de jovens extremos portugueses foi uma das melhores heranças de Eriksson, entretanto perdida em todo o caos em que o Benfica entrou na década de 90. Diamantino, Paneira ou Chalana não são apenas marcas do Benfica, são forças de identidade do mesmo! O facto do Benfica ter sido a última vez campeão graças à excelente forma de Simão, não é alheio a este facto. O clube da Luz gosta e acarinha os jogadores que partem sem medo pelas alas e, como se sabe, um jogador acarinhado na Luz é meio caminho andado para ganhar a confiança necessária para se tornar numa estrela e consequentemente, ganhar títulos.

Jogadores para análise futura: Acosta e Schmeichel - o título 18 anos depois

Espaço Aposta III

Antes de mais saudar o Rui pela excelente iniciativa. O tempo não é muito mas lá vamos arranjando um bocadinho aqui e ali para inovar. Passando à acção, o meu primeiro nome não é uma esperança nem um desconhecido, mas simboliza uma aposta que acho genial por parte dos responsáveis da Fiorentina, que diga-se de passagem, já nos habituaram a resgatar jogadores que passaram por más fases das suas vidas, dando-lhes o carinho necessário que só os tiffosi fiorentinos são capazes de oferecer (Rui Costa que o diga). O jogador que trago aqui tem 25 anos, é um avançado inteligente, não tão letal como outros da sua geração, e talvez por isso nunca se tenha imposto definitivamente no seu anterior clube. Apesar disso, é campeão europeu de clubes e campeão mundial pela sua selecção. Com Mutu (outro resgatado) a seu lado, promete fazer uma dupla capaz de fazer tremer a mais compacta das defesas. Falo de Gilardino, um dos jogadores mais novos do plantel do Milan e que ainda assim saiu facilmente por 15M de euros, quantia ridícula tendo em conta a qualidade do jogador em causa. Se a Fiorentina já assustava, agora promete ser avassaladora!

Espaço Aposta II

O Sevilla anunciou a contratação de Lautaro Acosta ao Lanús, onde actua o ex-benfiquista Carlos Bossio.
Trata-se de um jovem de 20 anos que pode actuar como médio ou até como segundo avançado, jogador de grande mobilidade e velocidade, com a técnica e picardia características dos argentinos. Estreou-se na equipa principal em 2006, onde efectuou 49 jogos e 5 golos, sendo campeão pelo Lanús em 2007, e fez parte da selecção que ganhou o Mundial de Sub-20 também em 2007, no Canadá.
Os espanhóis pagaram cerca de 7 milhões de euros pelo seu passe e penso que será uma boa aposta de futuro para um campeonato competitivo onde os jovens jogadores sul-americanos costumam evoluir e explanar o seu potencial, e penso também que vai para uma equipa que o fará crescer devido ao tipo de futebol que pratica.
Fica à vossa consideração acompanhar o jovem Lautaro Acosta.

Thursday, May 29, 2008

Espaço Aposta I

Quero desde já mencionar que o nome deste texto nada tem a ver com casas de apostas ou dinheiro. Tento sim criar um novo tópico no "Crónicas" em que espero que os estimados colaboradores também... apostem!

O "Espaço Aposta" visa englobar chamadas de atenção para jovens jogadores emergentes, jogadores desconhecidos, clubes desconhecidos, contratações de baixo custo que os colaboradores achem que são boas apostas, enfim, um espaço para os chamados "underdogs" do mundo do futebol.

Neste primeiro texto gostaria de visar uma contratação que penso que se vai revelar acertada. O Wolfsburgo, 5º classificado da Bundesliga 2007/08, apostou no central italiano Andrea Barzagli, depois de este ter rejeitado um contrato com o clube da sua terra natal, a Fiorentina. Barzagli estava disposto a auferir metade do salário porposto pelo clube alemão mas os dirigentes viola fizeram uma proposta ainda mais baixa.
Barzagli é um jogador que tem vindo a afirmar-se como um dos bons valores para a retaguarda da azzurra, internacional já por várias vezes ao lado de Nesta. Sentido posicional, robustez física e jogo aéreo são as suas características mais marcantes.
Mais um jogador para dar o salto para um clube de maior dimensão (leia-se Bayern) ?

Fica então lançado o apelo aos meus caros colegas e colaboradores do "Crónicas" para mais um tópico que se quer que seja de saudável discussão, debate e comentário.

Wednesday, May 28, 2008

Grandes jogadores adversários VI

Jordão

Nascido em Angola, decorria o ano de 1952, Rui Jordão começou a sua carreira profissional no Benfica, na época de 1971/72, onde se manteve até 1975/76. Denotava os movimentos de predador de área, o instinto que distingue os grandes goleadores dos demais, possuidor de uma brilhante técnica individual e de uma velocidade de execução acima da média, Jordão passou a ser rotulado como o "novo Eusébio". Vinha da mesma dinastia africana, corria-lhe no sangue a mesma elegância de movimentos, o mesmo carácter felino. Foi substituindo o "Rei" à medida que a idade deste ia avançando.
Depois de boas épocas ao serviço do Benfica, o salto para o estrangeiro: na época de 1976/77 saiu para o Saragoça mas nunca teve oportunidade para exibir o seu talento e uma lesão grave também não o permitiu.
Foi então que o Sporting o resgatou para solo português, na época seguinte e fez de Alvalade a sua casa durante os nove anos que se seguiram.

Na época de 1977/78, a de estreia com a camisola verde-e-branca, marcou 21 golos em 22 jogos, voltando a demonstrar toda a sua capacidade goleadora e de jogador excepcional, que fizeram dele o melhor avançado da sua geração.
Com um total de 187 golos em 279 jogos pelo Sporting, Jordão venceu 2 Campeonatos, 2 Taças de Portugal e 1 Supertaça, vencendo também a Bola de Prata com 31 golos.
Conheceu o melhor período da sua carreira no Sporting onde, juntamente com M. Fernandes e A. Oliveira, fez um tridente ofensivo de luxo, juntando a sua veia goleadora e a sua grande velocidade a um grande empenho e trabalho de equipa em campo. As lesões, algumas bastante graves, não o demoveram e continuou a jogar de igual forma, apesar de ter estado afastado dos relvados por períodos de tempo muito grandes, por vezes épocas inteiras.

Fez ainda duas épocas no Vit. Setúbal, em 1987/88 e 88/89, já no ocaso da sua carreira e sem o brilhantismo e fulgor que exibira outrora.

Pela Selecção Nacional foi internacional 43 vezes, marcando 15 golos. Teve o seu momento mais alto no Europeu de 1984 onde, tal como fizeram outros grandes jogadores da sua geração como H. Coelho, Chalana, Gomes, C. Manuel ou A. Sousa, se exibiu ao mais alto nível e conseguiu por Portugal a sonhar com os dois golos à França, nas meias-finais da competição, antes da reviravolta dramática protagonizada por Platini e companhia.
Depois de finda a carreira futebolística, Jordão enveredou por outra das suas grandes paixões, a arte, nomeadamente a pintura, onde exibe um talento comparável ao que sempre passeou pelos relvados.

Jogador para análise futura: Magnusson

Thursday, May 22, 2008

A selecção que não vai ao Euro

Apesar de serem naturais (ou naturalizados) de países em competição, eis uma bela equipa constituída por jogadores preteridos pelos seleccionadores:

Manchester United - Vencedor da Liga dos Campeões 2007/8

A vitória da História sobre os €uros

Bota de Ouro + Melhor Marcador da Champions + Champions + Liga Inglesa = Bola de Ouro?

Pela terceira vez na sua História, o Manchester United vence a Taça dos Campeões Europeus. 50 anos após a tragédia de Munique que vitimou grande parte dos famoso Busby Babes, o Manchester multicultural de hoje soube honrar a sua memória, ganhando com mérito a maior competição europeia de clubes. Mérito pela caminhada que tiveram, pelos jogadores que têm, pelos automatismos que possuem e que ficaram expressos na jogada do golo e sobretudo, pela sua História. No jogo em si não seria nenhuma injustiça que o Chelsea levasse a orelhuda - até esteve muitíssimo perto disso, não fosse a escorregadela do grande Terry - mas penso que, no fundo, foi o futebol que ganhou com a vitória do Man Utd. Ganhou o futebol porque foi feita assim a digna homenagem aos Busby Babes, enquanto uma vitória do Chelsea não passaria de uma vitória do dinheiro sobre a paixão ao jogo. Paixão essa que ficou expressa em Terry e Lampard, jogadores que espero, não acabem a carreira sem ganhar uma Champions, pois são 2 jogadores apaixonados pelo clube que realmente a merecem. Ao contrário de por exemplo, Anelka, Ballack ou Shevchenko, meros mercenários de passagem, que se lhes ofereceram mais eles porão a trouxa às costas e seguirão caminho. De resto, gostei da exibição de Cech (sempre muito seguro), Joe Cole e o seu estilo abrasileirado, sempre criador de magia, Essien (apesar de ter começado mal, subiu de forma) e Malouda. Pela negativa, além dos arruaceiros*, fica também R. Carvalho, que de há uns tempos para cá tem demonstrado fraca apetência para as grandes decisões: será que tal como o português, toda a equipa sofre ainda com saudades das ordens de Mourinho?

Do lado do Man Utd, Cristiano foi Ronaldo (bestial) e Reinaldo (besta), na medida em que marcou um golo de cabeça de belo efeito que adiantou a equipa no marcador, para depois na decisão dos penalties marcar de forma displicente permitindo a defesa de Cech. Foi um penalty muito mal marcado, do pior que vi depois de Baggio em 94. Em sentido inverso, Van der Sar passou de besta, quando se colocou mal no golo do Chelsea, para bestial, quando defendeu o penalty de Anelka. Ferdinand e Vidic não se entenderam tão bem como sabem, Brown foi eficaz, Evra ganhou finalmente a Taça depois de perdê-la em 2004 frente ao Porto, o mito Giggs bateu o recorde de presenças em campo pelo Manchester United, Carrick esteve bem na transposição, Rooney foi uma sombra de si próprio e Nani entrou bem em campo, marcando de forma eficaz o seu penalty.

Sem mais, Parabéns aos campeões e venha mais para o ano!


*Arruceiros: Drogba, Ballack e Makelelé estavam mais preparados para entrar no Fight Club do que para jogar à bola, com Scholes, Hargreaves e Tévez no mesmo diapasão.

Tuesday, May 20, 2008

Classificação, desastres e decepções - Itália

Em resposta ao repto lançado pelo António, em mais um texto fabuloso, venho então lançar um olhar sobre o calcio desta época 2007/08.

O Inter foi uma vez mais campeão, mas desta feita sem ser tão autoritário e dominante como na época passada, muito por culpa da pressão feita pela Roma (belo futebol, a merecer mais do que segundos lugares consecutivos) mesmo até à última jornada.

A Juventus ficou num bom 3º lugar, isto depois de uma época na 2ª divisão, e fez um bom campeonato, com Del Piero e Trezeguet (Domenech... lol!) em grande plano como goleadores, Buffon, Nedved e Camoranesi em bom nível, mas sem J. Andrade e "sem" Tiago.

Em 4º lugar aparece a fabulosa Fiorentina de Prandelli que, em conjunto com a Roma, pratica do melhor futebol em Itália. Um merecido lugar de acesso à pré-eliminatória da Champions, um bom campeonato, apenas eliminado nas meias-finais da Taça UEFA pelo Rangers em penalties, num jogo em que fez cerca de 30 remates contra 4 ou 5 e jogou mais do que o suficiente para enfiar uma mão-cheia de golos aos escoceses... mas é isto o futebol.

Em 5º, a primeira decepção italiana: o Milan. tenho se ser sincero, para mim foi apenas uma meia-decepção, pois há muito que estou à espera de ver o Milan afundar-se na tabela classificativa. Um plantel demasiado veterano e até curto para uma equipa que aspira a ser campeã, de Itália e da Europa, e vai ficando adiada a renovação do plantel, onde apenas a classe e categoria de alguns jogadores vai mantendo a equipa de pé, como Pirlo, Seedorf, Gattuso, Nesta e Káká (alguns furos abaixo relativamente à época passada). Jogadores no plantel que não têm categoria para estar numa equipa como o Milan, como Kalac, Fiori, Simic, Favalli, Brocchi, aos quais se somam os veteraníssimos Maldini, Cafú e Serginho. Pode ser que este 5º lugar num campeonato sem calciocaos venha abrir os olhos aos dirigentes do Milan e apostem na renovação da equipa... mas pessoalmente não acredito.

Menção para os lugares europeus de Sampdoria e Udinese, equipas que sem jogar um futebol particularmente atractivo conseguiram criar dois "onzes" bastante coesos e com jogadores que fazem a diferença, como Castellazzi, Palombo, Volpi, Bonazzoli, Cassano e Montella (Sampdoria) ou Filipe, Zapata, Inler, Obodo, Di Natale e Quagliarella (Udinese).

Mais desilusões: o Palermo e a Lazio, em 11º e 12º respectivamente. O Palermo tinha vindo a fazer boas épocas, sempre em lugares europeus, e este ano decepcionou-me um pouco. Com jogadores como Agliardi, Zaccardo, Barzagli, Guana Bresciano, Simplício, Amauri ou Miccoli, poderiam ter feito muito melhor. Já à Lazio sucedeu o que acontece a muitas equipas que normalmente não marcam presença na Champions: na busca de bons resultados (que não aparecem) na prova-rainha da UEFA, a equipa fica cansada e faz maus resultados no campeonato interno. Também já aconteceu com o Bétis, Hamburgo, Bordéus e outros.

Outra desilusão esta época foi o Torino, 15º classificado da Serie A. Com um naipe de jogadores com qualidade como Rosina, Recoba, Corini, Ventola, Barone, Natali, Grella, Diana ou Di Michele também tinha a obrigação de estar mais acima na tabela classificativa.

Os despromovidos foram o Empoli, o Parma e o Livorno, claramente equipas com plantéis mais fracos e desiquilibrados. O Parma, numa crise financeira que se vai arrastando, é um dos casos mais flagrantes. Deixando sair os seus melhores jogadores sem colmatar essas ausências, foi sucessivamente caindo na classificação até à despromoção. O que não deixa de ser cruel para uma equipa que já deu ao futebol jogadores como Thuram, Cannavaro, Dino Baggio, Buffon, Frey, Crespo, Zola, Verón, Asprilla, Chiesa, Di Vaio, Gilardino, Sensini, Adriano, Mutu e onde militaram Sérgio Conceição e Fernando Couto, ainda na squadra transalpina. O Livorno, que andou anos a salvo da despromoção, muito por culpa dos mais de 20 golos por época de Lucarelli, deixou sair o seu goleador e o resultado está à vista.

Vamos ver como decorrerá o mercado de transferências para fazer depois uma análise à próxima época do calcio.

PS: António, ainda não me esqueci do texto sobre os grandes jogadores adversários. O Jordão está a caminho.

Monday, May 19, 2008

Desastres e decepções

Todos os anos os mesmos sintomas: equipas com elevados orçamentos em relação à concorrência acabam a época em agonia, longe daquilo a que a priori estavam destinadas. O futebol mudou muito nos últimos anos e o poder do dinheiro também. Há uns anos atrás sabia-se onde estavam os jogadores capazes de conquistar títulos e como havia poucos investidores (em comparação com os dias de hoje, claro), rapidamente o bom jogador era comprado e o título arrecadado. Houvesse ou não uma equipa decente à volta dele. Hoje, com a multiplicação dos trunfos, com o forte cariz detalhado do jogo e com o espírito comercial dos empresários, já se confunde uma boa fase de um jogador com todo um Novo Maradona.

Tudo isto leva a um fenómeno que já existe há muito tempo, mas que actualmente ganha uma proporção avassaladora: o fenómeno dos grandes clubes afogados na luta por não descer de divisão. Em Portugal, o Vitória de Guimarães foi o primeiro clube a sentir na pele o poder desse fenómeno, quando, assolado por empresários enganosos, uma equipa de retalhos e uma estrutura caduca, se afundou na Liga de Honra. Porém, teve a sorte de haver pessoas sem outro interesse pelo clube que não o dinheiro e, com as pessoas certas, conseguiu livrar-se dos sintomas acima referidos, conseguindo inclusive construir uma equipa forte e conquistadora.

É essa a missão que espera ao Zaragoza, recém-despromovido à II Liga espanhola. Com um plantel de fazer inveja onde pontificam internacionais como Oliveira, Aimar, Diego Milito ou Ayala, a equipa teve 4 treinadores e não conseguiu a estabilidade necessária para competir numa Liga tão exigente como a espanhola. Foi assim que, sem surpresa, acabou por descer. O que é realmente assustador é olharmos ao orçamento do Zaragoza: 42 milhões de euros. Por outras palavras, maior que o do campeão português FC Porto (cifrado em 40M). Se repararmos que o Huelva, com o orçamento mais baixo da Liga (10M) conseguiu ficar acima do Zaragoza, temos a prova evidente que o dinheiro vale hoje bem menos no futebol do que há uns anos atrás. Pena é que este seja somente um equilíbrio aplicado a equipas de média dimensão. Acima destes clubes e num restrito de lote de mais ou menos 30 clubes, deve estar seguramente mais de 50% de todo o dinheiro que se gere no futebol mundial, ou seja, clubes como Manchester United, Internazionale ou Barcelona, nunca passarão por aquilo que o Zaragoza agora passa, pois eles reúnem entre si a capacidade de negociar os trunfos que existem no mercado, ao contrário dos clubes médios, que sobrevivem nesta lógica tentando criar as suas próprias cartadas dentro de um jugo sufocador dos grandes clubes que, mesmo sem estrutura dirigente à altura, mesmo que a equipa seja uma manta de retalhos, mesmo que hajam empresários com investimentos no plantel, nunca lutarão para não descer de divisão.

Caso o façam, deixam de pertencer à élite, como exemplifica o Valência, pois após uma década de glória, uma má temporada promete reduzir a frangalhos uma equipa que muito lutou para chegar onde chegou: Villa deverá sair para o Real Madrid, Silva é cobiçado por outros clubes e os restantes (Albelda, Morientes, Helguera, Marchena, Baraja, Joaquín ou Vicente) ou estão já na pré-reforma ou simplesmente perderam a aura de bons trunfos que anteriormente eram, algo que no futebol actual, é equivalente a dizer que dificilmente voltarão ao que eram.

Nota: Rui, falei sobretudo de Espanha neste post. Gostava que deixasses num novo post a tua opinião sobre as grandes decepções do futebol italiano, que tanto aprecias. Tou curioso para ler isso.

Taça de Portugal 2007/08

A final da Taça de Portugal, disputada entre Porto e Sporting, acabou por ter um justo vencedor. A equipa leonina venceu com todo o mérito o direito a festejar a conquista da sua 15ª Taça, mercê dos dois golos de Rodrigo Tiuí. Foi a equipa que mais situações de golo criou e que conseguiu dominar a partida.

Derlei teve boas oportunidades no início do jogo mas não conseguiu desfeitear Nuno. Na resposta, Lisandro também não conseguiu melhor perante Rui Patrício, depois de boa jogada individual de Mariano.
Na 2ª parte, o jogo ficou marcado pela expulsão de João Paulo após entrada assassina sobre João Moutinho, em lance que "obrigou" Olegário Benquerença a mostrar o cartão vermelho directo ao jogador portista. Depois outro lance controverso onde não foi assinalada falta de Polga sobre Lisandro, ainda que fora da área mas sem dúvida lance para cartão amarelo.
Entrou então em cena Tiuí que marcou após passe de Romagnoli e contando ainda com uma tentativa desesperada de Pedro Emanuel para cortar o lance com a mão, traíndo assim o guarda-redes que viu a bola entrar na sua baliza. O Porto, reduzido a dez unidades, tentou ainda o empate mas o balanceamento ofensivo proporcionou o segundo golo do Sporting. Jogada de Djaló sobre a esquerda, cruzamento para a área, um corte de Lino de cabeça a fazer a bola subir e Tiuí, em remate acrobático (fazendo lembrar o golo de Miccoli em Anfield Road) a fazer o 2-0.

No final a festa foi verde-e-branca, sendo que o maior mérito desta vitória vai para Paulo Bento que, ainda que sem Liedson, conseguiu dominar e ganhar a uma equipa do Porto, quiçá demasiado relaxada por ter sido campeã nacional.

Thursday, May 15, 2008

O Euro da transição

Scolari pode ser antipático quando questionado sobre o facto de jogadores suplentes nos seus clubes irem ao Europeu de futebol. Pode inclusive ser rude quando lhe insistem com a questão dos jogadores que não estão. Mas verdade seja dita, o Sargentão levou a cabo, nos últimos anos e quase sem se dar por isso, uma autêntica revolução na selecção portuguesa. Essa transição da geração de ouro para uma nova sem qualquer epíteto é para mim o maior mérito de Scolari. Isso e a mobilização da equipa e do povo. Quanto às questões técnico-tácticas, continuo a achar Scolari muito rígido, não tendo, ao fim de 5 anos, uma alternativa válida ao gasto 4-2-3-1 da selecção portuguesa. É verdade que lá vai funcionando, mas esta fase de qualificação foi em diversos momentos, um autêntico flagelo aos olhos dos portugueses, tal a preocupação defensiva face a adversários teoricamente inferiores quando Portugal possui dos melhores atacantes do futebol europeu.

Seja, como for, importa fazer uma análise à convocatória do Euro 2004 e à do Euro 2008, para nos apercebermos de quem transitou ao longo dos últimos 4 anos:
  • Ricardo e Quim
  • Miguel e Ricardo Carvalho
  • Petit e Deco
  • Simão, Cristiano Ronaldo, Nuno Gomes e Postiga
Ou seja, apenas 10 jogadores permaneceram nas escolhas de Scolari findos 4 anos e curiosamente (ou talvez não, já explico) o sector ofensivo é o mais conservador. E porquê? A resposta é simples: em 4 anos, Portugal não foi capaz de criar um avançado selecionável a longo curso. Numa outra selecção de maior qualidade, já Nuno Gomes e Postiga teriam sido erradicados há muito da selecção, tal a fraca apetência para marcar golos. Também por aqui passa a rigidez do sistema táctico da selecção, pois não existe um avançado capaz de marcar golos sozinho, o que permitiria um outro tipo de abordagem ofensiva. Tendo estes, não podemos aspirar a nada mais do que o mesmo plano de há muitos anos. Sendo assim, a selecção não vai fugir muito disto:

Ricardo; Bosingwa, Carvalho, Bruno Alves, P. Ferreira; Meireles, Simão, Deco; Ronaldo, Quaresma e Nuno Gomes.

Apesar da qualidade, tenho pena de que só exista este sistema. Com o necessário tempo de afirmação de uma nova estrutura, eu jogaria com um 4-4-2 manchesteriano, isto é, o sistema ideal para Ronaldo mostrar tudo aquilo que sabe. Assim sendo, a minha equipa seria:

Ricardo; Bosingwa, Carvalho e Pepe, P. Ferreira; Simão, Deco, Moutinho e Quaresma, Ronaldo e Almeida.

Chamem-me maluco, mas acho que funcionaria! Almeida funcionaria como Rooney, Ronaldo como Ronaldo, Moutinho e Deco como Carrick e Anderson respectivamente, os extremos seriam ainda melhores que os do Man Utd quando Ronaldo joga lá na frente (Simão e Quaresma são para mim melhores que Nani, Fletcher ou Giggs) e na defesa, a maior mudança. O avanço seria pela direita (Bosingwa por Evra) e não pela esquerda como habitualmente acontece com os red devils (P. Ferreira por Brown neste caso). Quanto a centrais, gostaria que Andrade estivesse presente, mas sendo assim, contento-me com a bravura de Pepe em detrimento do peso de Alves. E pronto, uma equipa de sonho para rebentar com eles. Já agora, Ferguson como seleccionador :)

Os 23 de Scolari para o Euro 2008

Eis a lista dos jogadores convocados:
- Guarda-redes: Ricardo (Betis, Esp), Quim (Benfica) e Rui Patrício (Sporting).

- Defesas: Bosingwa (FC Porto), Miguel (Valência, Esp), Ricardo Carvalho (Chelsea, Ing), Pepe (Real Madrid, Esp), Bruno Alves (FC Porto), Fernando Meira (Estugarda, Ale), Paulo Ferreira (Chelsea, Ing) e Jorge Ribeiro (Boavista).

- Médios: Petit (Benfica), Miguel Veloso (Sporting), João Moutinho (Sporting), Deco (FC Barcelona, Esp) e Raul Meireles (FC Porto).

- Avançados: Cristiano Ronaldo (Manchester United, Ing), Simão (Atlético de Madrid, Esp), Ricardo Quaresma (FC Porto), Nani (Manchester United, Ing), Nuno Gomes (Benfica), Hugo Almeida (Werder Bremen, Ale) e Hélder Postiga (Panathinaikos, Gre)

Existem alguns pontos de interrogação sobre esta lista divulgada pelo seleccionador nacional. Desde logo a ausência de um defesa polivalente como Caneira, optando Scolari por convocar 3 laterais-direitos de raíz; a inclusão de Petit em detrimento de Maniche; e quer queiramos quer não, a convocatória de Rui Patrício e Jorge Ribeiro.
No meu entender, Scolari teve os seguintes parâmetros: a presença de 4 centrais, de 2 bons laterais-direitos e de Paulo Ferreira (que pode jogar nas duas faixas) levou à inclusão de J. Ribeiro, único lateral-esquerdo de raiz, em detrimento de Caneira; houve comentários referentes à condição física, momento de forma e às lesões de Petit mas, se pensarmos um pouco, também Maniche tem jogado muito pouco no Inter e Scolari preferiu um jogador que possa actuar como "6" (como m. Veloso) em detrimento de mais um "8" (como Moutinho, Meireles e até Deco); em relação aos extremos nada a dizer; quantos aos avançados, Nuno Gomes é importante devido à maneira de jogar da Selecção, servindo de "pivot" para a entrada dos médios e dos extremos (isto após mais uma época de exibições frouxas e poucos golos), Postiga tem conseguido bons jogos ao serviço da Selecção e H. Almeida é um avançado morfologicamente diferente dos outros dois, tendo conseguido boas prestações no Bremen.
Posto isto fico a aguardar o vosso comentário para dar seguimento a este tema que, com certeza, se irá alongar até ao começo do Euro 2008.
O meu "onze":
  • Quim; Bosingwa, R. Carvalho, Pepe, P. Ferreira; M. Veloso, J. Moutinho, Deco; Quaresma, C. Ronaldo e Postiga

Wednesday, May 14, 2008

ZENIT - Vencedor da Taça UEFA 2007/8

Pelo golo e pela atitude, Denisov foi o melhor em campo

E com inteiro mérito. Frente a um Glasgow Rangers muito conservador, os russos conseguiram uma bela vitória por 2-0 com golos de Denisov e Zyrinov. No que respeita à partida, a mesma é fácil de resumir: frente a uma equipa cujo maior interesse era defender a sua baliza, o Zénit passou toda a partida a "partir pedra", conseguindo à volta dos 73 min de jogo e numa jogada rápida pelo meio o primeiro golo que ruiu com a táctica de Walter Smith, treinador da equipa escocesa. Este, com o resultado desfavorável fez entrar 3 avançados nos 10 minutos seguintes, sendo o resultado disto uma autêntica nulidade ofensiva, pois cortou de vez com a transição defesa-ataque, já de si frágil ao longo de toda a partida. Pelo contrário, o Zénit não mexeu quase nada e conservou a sua estrutura até ao final, acabando o jogo com um golo excelentemente executado, sempre no limite do fora-de-jogo. Foi uma autêntica lição de coragem futebolística a desta equipa russa, que soube ao longo de toda a competição vencer todas os obstáculos que aparecerem, quer fossem equipas muito fechadas, quer fossem colossos do futebol europeu (Bayer e Bayern, por exemplo).

Tuesday, May 13, 2008

Citações

Qual não foi o meu espanto quando li no site "MaisFutebol" o seguinte comentário:
  • mais um endeusado... [ 2008-05-12 22:30 ] Por: Miguel
    Foi mais um jogador banal endeusado pela imprensa lisboeta... Onde é que um jogador de futebol que faz 5 bons jogos por época é um grande jogador? E agora como director desportivo já é o melhor do mundo sem ainda ter começado... Depois admiram-se por ficarem em 4 lugar

Este e outros na mesma linha só podem ter a seguinte resposta: Sr. Miguel, o futebol português não precisa de mais ignorantes como você, já tem muitos ao nível do dirigismo, não vão os adeptos entrar também por aí; o futebol português não precisa de mais invejosos nem ingratos, não se esqueça que se retirou um dos melhores jogadores portugueses de sempre, que elevou bem alto o nome de Portugal pelos quatro cantos do Mundo e que sempre defendeu e lutou pela camisola da sua (de Rui Costa e a sua, caro Sr.) selecção portuguesa.
Não vá pelo mesmo caminho de ignorância e ingratidão que muitos ja percorreram, não seja obtuso nem clubista, e pense antes de vomitar baboseiras da boca para fora.

Quanto à posição na tabela classificativa, não foi certamente por Rui Costa que o Benfica ficou em 4º lugar.

Monday, May 12, 2008

Um adeus anunciado

O campeonato há muito que estava decidido, faltando definir quem iria ocupar as vagas da Champions. Devo, desde já, dizer que nada disso me fez deslocar ao Estádio da Luz. Na noite de 11 de Março de 2008 tive o prazer de ver ao vivo as últimas jogadas de Rui Costa. Fiz questão de estar presente para o adeus anunciado do Maestro aos relvados.
Penso que os adeptos de outros clubes (eles que me perdoem se estiver enganado) não conseguem entender a relação entre os adeptos do Benfica e o seu ex-nº 10 e a reciprocidade que é devolvida por este tão grande futebolista. Muitas das vezes também eu não consigo entender o porquê deste estado de espírito. Mas sei o que sinto e o que os adeptos benfiquistas sentem.
Porque Rui Costa tem o que os grandes jogadores têm e é isso que os destingue dos demais: a sua qualidade é de tal maneira evidente que ultrapassa todo e qualquer tipo de clubismo ou nacionalismo. É por isso que saúdo os adeptos do Setúbal com os quais me cruzei à entrada para o estádio e que o aplaudiram de pé aos 86 minutos de jogo e na volta ao relvado da Luz; saúdo os adeptos italianos que se deslocaram de Milão até Lisboa a quem tive o prazer de indicar os lugares; saúdo os adeptos do Sporting e do Porto que tive oportunidade de ver estádio e que exibiam tarjas de agradecimento ao Maestro.
Mas acima de tudo saúdo Rui Costa por nos ter proporcionado todos estes anos de futebol com intenso aroma de classe e dedidação.
Não nos podemos esquecer que se despediu dos relvados um dos melhores jogadores europeus e mundiais, um dos melhores e mais emblemáticos jogadores da geração de ouro lusa, um dos melhores e talvez o último verdadeiro nº 10.
Fui ver os últimos passos do Maestro por todo o simbolismo e carga emocional que a sua despedida tinha: acabar a carreira no Estádio da Luz, perante o seu público, com a camisola 10 do seu Benfica.
Foi o único jogador de futebol por quem derramei lágrimas de alegria e tristeza.


Á tua Maestro!

PS: Para uma despedida em grande só faltou a Rui Costa ter ganho um campeonato neste seu regresso a Portugal e ter marcado um golo na noite de ontem. Mas não foi por isso que a festa foi menos emotiva e a despedida menos significativa.

Saturday, May 10, 2008

Tudo dito

Este comentário deixado na edição online do jornal Marca resume idealmente o final do processo Apito Dourado.

Usuario: copdecap Fecha: 09/05/2008 23:11

"Que verguenza!. El que maneja árbitros, FPF y Liga se escapa con 2 años y 6 puntos menos en una temprada que lleva 20 de ventaja y el vecino chico de la ciudad se va a 2ª. Esta es la justicia portuguesa; otra "Casa Pia", otro escándalo de corrupción. Pero claro, a Pinto da Costa no le pueden hacer nada porque si comienza a hablar muchos políticos tendrían que irse del país. O sea, igual que en España con Villar y el Barça, pero más ridículo."

Friday, May 02, 2008

O jogador acaba, o mito prevalece

Kahn despediu-se ontem das competições europeias na derrota do Bayern frente ao Zenit por 4-0 (!) deixando assim os relvados europeus -onde grande exibições efectuou- da pior maneira possível. Talvez merecesse sair assim devido às inúmeras quezílias que provocou aos jogadores adversários e mesmo aos seus próprios companheiro de equipa, mas ainda assim, quando olho para autênticos selvagens como Lehmann ou Materazzi, até fico com a ideia que Kahn foi um menino bem comportado. Seja de forma for, o que não pode ser apagado é o seu registo nas provas europeias: 140 jogos nas competições da UEFA entre clubes!
A título de curiosidade, se Figo e Maldini terminarem a carreira no fim da época, Seedorf passará a ser o jogador com mais jogos efectuados nas competições da UEFA, registando 128 partidas. Ficarão a faltar-lhe 5 jogos para apanhar Figo, mas está ainda longe do líder Maldini, que conta com a magnífica marca de 159 jogos continentais. Moral da história: por muito bons que sejam, por muito que joguem, por muitas finais que atinjam, duvido que nos próximos 20 anos apareça alguém que passe Maldini. Actualmente, podem-se fazer quase uma vintena de jogos para atingir a final de uma competição da UEFA, mas carreiras com mais de 20 anos ao mais alto nível vão além de raras nos dias de hoje: são exclusivas de Paolo.