Saturday, May 22, 2010

Apostas para o Mundial 2010: As Decepções

A minha maior dificuldade para a escolha das selecções que desiludirão no Mundial prende-se com o facto de já ter colocado Portugal e Argentina no lote das incógnitas, visto que, após o anúncio dos 23 convocados, tanto por Queiroz como por Maradona, tenho que reconhecer que dificilmente estas duas selecções farão um bom campeonato. É bem verdade que têm os 2 melhores jogadores do Mundo nas suas fileiras mas, tirando os extremos em Portugal e os atacantes na Argentina, estas selecções passam ao lote da quase vulgaridade. Assim, e como no que está feito não se pode mexer, segue-se então a minha aposta para as selecções que, com grande certeza minha, vão falhar no Mundial:

Holanda
Parte como uma das favoritas aos lugares do pódio mas penso que não chegará lá. Parte num grupo acessível tendo em conta a boa campanha de apuramento e o bom momento da equipa, contudo penso que quando chegar a fase a eliminar, a Holanda cairá imediatamente, tal como o tem feito nos últimos torneios. Não lhe falta qualidade nos jogadores, mas falta-lhe liderança no banco.

Pontos fortes: Robben num excelente momento de forma, aliado à recuperação de Van Persie. Sneidjer, Van Bommel e Kuyt têm todos uma força de vontade capaz de derrubar as barreiras mais difíceis. Suplentes jovens e de grande valor, com capacidade de dar algo mais à equipa.
Pontos fracos: Van Marwijk tem sido consensual mas ainda não teve qualquer mata-mata como prova do seu valor. É uma selecção em fase de rejuvenescimento e a aposta na juventude pode ser perigosa, tal como aconteceu no Euro 2008. Exceptuando Robben e Sneidjer, os jogadores mais importantes da Holanda a jogar no estrangeiro tiveram uma época muito pobre.

França
Tal como Portugal a França cometeu o erro de anunciar antes do torneio começar o novo treinador da selecção. Como se viu pelo exemplo de Scolari no Euro 2008, a coisa não correu muito bem. Além disto, a selecção francesa, preparada para as fases finais, parece chegar à África do Sul sem grandes mudanças respectivamente a 2008, o que pode por um lado é positivo pois há uma ideia de equipa e de plantel, se bem que pelo outro lado pode potenciar a acomodação de certos jogadores mais experientes.

Pontos fortes: Ribéry está a recuperar a chama que mostrou nos primeiros tempos na Alemanha, assim como Anelka, que parece viver uma nova juventude. A experiente defesa é das melhores do Mundial. Lloris oferece garantias na baliza que nem Barthez conseguiu dar aos franceses.
Pontos fracos: Domenech é o grande ponto fraco desta equipa. A sua teimosia e má-disposição constante (ou má educação, como se queira) não ajudam em nada esta selecção. Ainda que seja muito boa, falta na defesa um líder natural como Desailly ou Blanc. Benzema não teve a melhor das temporadas, mas é a opção natural para substituir Anelka ou Henry.

Camarões
Tal como na recente CAN não me parece que esta selecção chegue muito longe. Pode até jogar em casa e pode até ter nas suas fileiras dos melhores jogadores africanos da actualidade, contudo falta-lhe a continuidade necessária para se apresentar como candidato a uma fase avançada da competição. Nos momentos decisivos esta selecção costuma dar tudo por tudo, no entanto sofre de um terrível síndrome de superioridade face a adversários teoricamente mais fracos. Não me admirará nada se ganhar à Holanda e perder frente ao Japão ou Dinamarca.

Pontos fortes: Eto'o é dos melhores avançados do mundo e chegará com a moral em alta ao Mundial. Alex Song e o veteraníssimo Rigobert Song oferecem a esta selecção uma solidez que falta a outras selecções africanas. Paul Le Guen é uma real mais-valia para o combinado dos Camarões.
Pontos fracos: Os nomes não ganham jogos, mas é bem verdade que há muitos jogadores de escalões secundários nesta equipa, o que se traduz em ausência de opções reais para a equipa base. As faixas laterais desta selecção aparentam ser de muito fraco nível.


África do Sul
O país organizador deste Mundial deve a si mesmo uma boa participação na prova de forma a que o Mundial não caia no esquecimento colectivo, levando a que boa parte dos jogos decisivos se joguem em estádios vazios. Os jogos de preparação têm sido um cruel atestado de fraco nível futebolístico a esta selecção africana. Os bons jogadores no estrangeiro são poucos e o treinador caiu um bocado de pára-quedas. Espera-se no entanto que, tal como em 2002, o público e as arbitragens favoreçam a equipa organizadora. Pessoalmente acho que nem assim chegam muito longe.

Pontos fortes: o jogar em casa é o ponto mais forte desta equipa, o que não é definitivamente bom sinal. Mokoena, Piennar e McCarthy terão que estar em dia sim se a África do Sul quiser chegar no mínimo à 2ª fase. Parreira é, tal como Le Guen nos Camarões, uma mais-valia.
Pontos fracos: No geral, fraco nível do onze e péssimo nível dos suplentes. No particular falta experiência competitiva a cerca de dois terços do plantel.

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