Thursday, March 08, 2007

Depois de 2002

O que afinal mudou no futebol asiático depois do Mundial da Coreia do Sul / Japão em 2002?

Em termos competitivos, o Mundial de 2006 mostrou-nos que as equipas asiáticas ainda têm um longo caminho a percorrer, visto as suas performances terem ficado muito aquém do esperado. Não que as suas ambições fossem muitas, mas tendo em conta aquilo que Japão e principalmente a Coreia do Sul fizeram no Mundial 2002, esperava-se um melhor resposta passado 4 anos. Assim não aconteceu e ficou a ideia de que o "factor casa" acaba por explicar o sucesso de ambas as equipas no "seu" Mundial.

Em termos individuais, parece-me que houve uma melhoria. Hoje em dia, graças à lei Bosman e sobretudo à aposta no mercado oriental, os jogadores asiáticos vão proliferando nos grandes campeonatos europeus. É certo que nenhum deles está no caminho de se tornar, sequer, um dos 20 melhores jogadores na Europa. Contudo, existem hoje melhores intérpretes que antes da viragem do milénio, período no qual apenas H. Nakata se destacava.
Nos dias de hoje, Nakamura do Celtic e J.S. Park do Man Utd são jogadores consagrados, sendo de destacar também a acção de Lee do Tottenham, de Sun Xiang no PSV (porto seguro para os jovens asiáticos), Inamoto, Oguro e Takahara, entre outros que aos poucos, se vão espalhando pelo continente europeu. Existe contudo o entrave de se tratarem de jogadores extra-comunitários, tendo por isso de seguir para campeonatos onde não existem restrições a esse nível ou seguindo a via da qualidade, isto é, o jogador tendo de ser mesmo bom para nem sequer se pensar em deixá-lo de fora da equipa. Nakamura é um exemplo crucial desta via, pois o campeonato escocês é dos que mais restrições impõe ao uso de extra-comunitários.

Em síntese, torna-se difícil compreender se o futebol asiático melhorou consistentemente nos últimos anos e se a vaga de jogadores daí oriundos resulta da qualidade adquirida ou simplesmente, do investimento europeu nesse mercado. O tempo dará melhores respostas.

Wednesday, March 07, 2007

Rumo aos Quartos da Champions 2006/7

Barcelona, Inter e Real Madrid de fora. Por esta ordem de importância. Segundo dizem os brasileiros, este ano "pode dar zebra", isto é, um clube à partida não considerado favorito ganhar a Liga dos Campeões. 3 dos favoritos já eram, sendo que a eliminação do Inter deve ser aquela que menos se estava à espera, tendo a experiência do Valência valido muito nas duas mãos. Quanto à eliminação do Barcelona, esta não surpreende, pois deixar a decisão da eliminatória para Anfield Road é algo parecido ao harakiri.

Consequentemente, temos então este quadro:

Chelsea - É possivelmente o maior candidato à vitória na Champions. Isto se Terry recuperar totalmente e Essien voltar à sua posição natural. Se tudo correr bem lá atrás e com Drogba a facturar, acho difícil alguém os parar. Claro que mesmo em total equilíbrio, a equipa pode não atingir o objectivo, muito devido às questiúnculas internas.

Manchester United - Como ficou demonstrado hoje frente ao Lille, se Ronaldo e Rooney forem parados, o Manchester acaba. Estar dependente destes 2 talentos é bom, porque são de facto grandes jogadores capazes de resolver jogos, mas se encontrarem ambos em dia não, o Manchester terá muitas dificuldades em passar os adversários presentes em prova.

Liverpool - A maior arma do Liverpool é seguramente a sua grande experiência nesta competição e a moral altíssima por terem eliminado o campeão em prova. Além disso, Anfield Road é seguramente o estádio mais infernal para se jogar dos clubes presentes. E ainda há Gerrard. A ter em elevada consideração, apesar da má campanha interna.

Milan - Equipa cínica, afortunada nos maus momentos e com grande experiência na prova. É sempre um candidato, jogue bem ou mal (como tem vindo a acontecer). Kaká é provavelmente o melhor jogador em prova depois da saída do barcelonista Ronaldinho. E isso é um excelente trunfo.

Roma - Para mim é a surpresa. Depois de anos a fio ameaçando, finalmente a Roma atinge uma fase adiantada da competição. É porventura a última oportunidade para Totti erguer uma Champions e isso é uma motivação extra. Mancini é outra arma importante, numa equipa em que os centrais deverão ser as peças mais fracas do conjunto.

Valência - Será que é desta? Depois das duas desilusões seguidas há uns anos atrás em finais da Champions, o maior receio da equipa de Mestalla será mesmo o facto de irem à final. Mais do que lutar contra os adversários, o Valência terá que lutar contra os seus próprios fantasmas, e isso são oponentes a mais para um conjunto de jogadores jovens e experientes. Muito dependerá do que sair das chuteiras de David Villa.

Bayern Munique - Sem encanto, devagarinho, comprimindo os adversários, o Bayern lá vai indo. Algo bastante confortante para os adeptos desta equipas, pois é assim que normalmente esta atinge os seus objectivos. Por isso, é um candidato natural ao troféu.

PSV Eindhoven - A experiência europeia vai dando os seus frutos a esta equipa onde não há grandes nomes. Koeman lidera uma equipa bem organizada, instalada no 1º lugar do campeonato holandês e com jogadores que têm a lição bem estudada. Não deverá ir muito mais longe na competição pois parece-me uma equipa já espremida, mas ainda assim os seus jogadores deverão querer mostrar algo mais à Europa.

Sunday, March 04, 2007

Diferenças

Enquanto Paulo Bento diz-nos sempre antes dos jogos que espera um grande espectáculo, José Mourinho prefere ganhar por 1-0 do que por 5-4.

Não que Mourinho seja antagónico ao espectáculo, mas que consistência defensiva e ataque cínico é bem melhor que perda de pontos, lá isso é.