O empate em casa com o "lanterna vermelha" Leiria foi como a derrota com o Leixões que resultou no afastamento de Fernando Santos: apenas a face visível de uma equipa que voltou a cair na vulgaridade depois do título proporcionado por Trapattoni.
É impossível dissociar o nível exibicional da equipa com a saída de alguns jogadores. Simão, Miccoli e mesmo Giovanni ou Ricardo Rocha não podem ser comparados com as contratações feitas no defeso, salvo raríssimas excepções. Sobretudo a saída do ex-capitão Simão, que abalou todo o jogo da equipa, desde a eficácia nas bolas paradas até à criatividade e imaginação nos lances ofensivos e, claro, a capacidade concretizadora do nº 20, quase sempre o melhor marcador da equipa em todas as épocas.
Depois, a falta de contratações de nível, tão apregoada por Vieira que não se cansou de dizer que para o Benfica só vêm jogadores de nível internacional, só precipitou ainda mais o fraco rendimento esta época. Salve-se Cardozo, Rodríguez e Bynia, as restantes contratações deixaram bastante a desejar.
Alguns jogadores pura e simplesmente não têm categoria para jogar no Benfica, casos de Luís Filipe, Butt, Zoro, Maxi Pereira, Makukula ou Edcarlos. Outros ainda estão muito verdes para se perceber se se podem tornar bons jogadores, casos de Di Maria, Adu ou Sepsi. Há jogadores que há muito deveriam ter saído do clube, casos de Mantorras ou Nuno Assis.
A acrescentar a estes há ainda casos de jogadores que poderiam ter saído, porque a contrapartida financeira era maior do que a desportiva, casos de Nélson (chegaram ao clube propostas de cerca de 6 milhões de euros pelo seu passe), Katsouranis (nunca mais o Benfica venderá o grego por 10 milhões de euros, proposta do Villarreal) ou Nuno Gomes (propostas de cerca de 5 milhões de euros de Inglaterra e Itália).
Passando em revista os factos ficariam no platel: Quim, Moreira; Luisão, David Luíz; Léo, Sepsi; Petit, Rui Costa, Bynia; Rodriguéz, Di Maria, Adu; Cardozo e, possivelmente, Nélson, Katsouranis e Nuno Gomes. Por aqui se vê o que falta ao Benfica, em termos de jogadores com qualidade para serem titulares ou de rotatividade com os titulares.
Aliado à falta de qualidade generalizada do plantel, proveniente da fraca política de contratações dos dirigentes, que resulta em exibições muito pobres e maus resultados, há um défice claro na motivação e na própria mentalidade que deveria ser incutida nos jogadores, aspecto no qual Porto e Sporting estão claramente à frente do Benfica. Há ainda também a questão do treinador em si. Independentemente do facto de serem bons ou maus, os treinadores no Benfica não conseguem preparar bem cada época. As saídas e entradas fazem-se a conta-gotas, ao longo do defeso e há jogadores a chegar em cima do fecho das inscrições, o que impossibilita a definição de um modelo de jogo e a adaptação rápida e segura dos novos elementos.
Acho que é tempo de o Sr. Vieira se começar a aperceber dos seus erros, cometidos em catadupa e consecutivamente sempre os mesmos, e deixar a porta aberta para alguém que, dando continuidade ao seu bom trabalho no equilíbrio financeiro, dê de facto aos adeptos as exibições e os resultados desportivos que um clube com os pergaminhos do Benfica deve ter.
E não estou a falar do papel que desempenhará Rui Costa no clube mas sim de uma nova direcção que faça com que os adeptos tenham novamente a alegria de ir ao estádio apoiar e constatar que têm uma equipa que joga futebol e não uma que aparenta juntar-se aos fins-de-semana para dar uns toques como um qualquer grupo de amigos.
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