Tuesday, December 12, 2006

Dr. João Paulo Almeida M.D.

Ultimamente sempre que se fala de forma mais profunda da actualidade benfiquista, um tema acaba por surgir invariavelmente: o departamento médico, chefiado pelo Dr. João Paulo Almeida.

Têm sido diversas as situações em que se nota ineficácia por parte deste orgão fundamental da equipa técnica, entre as quais os casos clínicos de Rui Costa e Mantorras. Não sou médico para julgar o trabalho de outros médicos, no entanto e enquanto espectador, consigo aperceber-me que algo vai mal para os lados da Luz e que o azar não explica tudo.

No caso de Mantorras, uma primeira lesão levou o jogador para os cuidados médicos durante meses a fio, tendo o angolano voltado para a equipa principal onde rapidamente se voltou a lesionar. Enganaram-se os médicos na previsão de recuperação do jogador ou o azar explica tudo? O que se ressalva é que durante mais um ano Mantorras andou às voltas com a lesão, ora recuperando, ora agravando, sem nunca se recompôr inteiramente. Entre essas voltas contribuiu o angolano com alguns golos que ajudaram a decidir o campeão e depois disso, nova quebra de forma onde as lesões de novo voltaram a assombrar o jogador. Que se trata de um problema crónico no joelho é hoje ponto assente, mas que se martirize o jogador é outra conversa. A imagem de Mantorras a entrar em campo contra a Naval e em pouco tempo vê-lo a coxear, tentanto perceber se estaria tudo no sítio é sintomático do drama do jogador.

Um outro caso é o de Rui Costa, esse com mais impacto pois a sua lesão implicou, quanto a mim, a perda de uma unidade fundamental no ataque à Liga dos Campeões. Perdeu-se a Champions, fica a UEFA, onde espera-se que o maestro mostre ainda alguma da magia que o tornou num dos melhores números 10 da última década. Quanto à sua lesão, o caso também é conhecido e aí a culpa a imputar é à clínica da qual o Benfica se serviu para análises ao jogador. No entanto, também aqui o departamento médico do Benfica assume culpa, pois necessita este de aprimorar os diversos orgãos fora do clube com quem trabalha, pois só assim é possível existir um esforço conjunto no mesmo sentido. Se não faz sentido que o Benfica peça análises a um hospital público (sob pena de demorarem meses a chegar), então que as clínicas privadas com que trabalha sejam fiáveis é o mínimo que se lhes pede.

Por fim, deparamo-nos actualmente com o caso Miccoli. Lesionado no jogo antes do dérbi, conseguiu uma miraculosa recuperação (algo que para mim não existe no meio futebolístico pois é impossível que um jogador "finte" uma lesão e se apresente a 100% para o próximo jogo) e acabou por ajudar a ganhar em Alvalade. Contudo, a lesão continuava lá e o esforço dispendido acabou por trazer problemas, apresentando-se hoje o jogador fora dos convocados para os próximos jogos.

A minha pergunta, depois de exemplificados estes casos, é de quem manda na forma física do plantel: a necessidade do treinador contar com o jogador para os jogos importantes ou a alta clínica do jogador?

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