Quando vejo um jogo da CAN sinto que estão ali as raízes do futebol. Não na Velha Albion, não na América do Sul mas sim em África.
Capacidade técnica e poderio físico à solta nos relvados do Gana, sem amarras tácticas. As diferenças entre as selecções consistem na experiência individual dos seus jogadores, quer em campeonatos mais competitivos quer em provas internacionais de clubes de maior prestígio. Desses motivos partem a inteligência táctica de cada jogador e equipa na ocupação dos espaços, a defender e a atacar.
Mas vendo equipas como o Benim, o Mali, a Namíbia ou a Zâmbia ficamos com aquela sensação de quem está a ver um jogo das décadas de 60/70 do século passado. Guarda-redes com dificuldades no jogo aéreo, centrais que só aliviam a bola para a bancada, laterais mais preocupados em defender do que atacar, médios-centro com muita capacidade física mas pouca técnica no trato da bola e avançados com movimentações totalmente anárquicas.
Mais do que no La Bombonera ou Mar del Plata, mais do que no Maracanã ou no Parque São Jorge, onde os pibes e moleques já cresceram num ambiente moderno, com preocupações tácticas bem definidas, jogadas estudadas e perfeita noção do que fazer em campo, é no Continente Negro que se encontram as raízes mais puras do futebol actual. Talvez por isso seja um mercado ainda por explorar no que diz respeito aos principais campeonatos europeus com excepção, por razões óbvias, do Championnat.
Por outro lado, vendo equipas como a Costa do Marfim, os Camarões, a Nigéria, o Gana ou o Egipto ficamos com a sensãção de estarmos perante algumas das selecções mais completas a nível mundial, apenas prejudicadas pela, lá está, inexperiência ou juventude de alguns dos seus jogadores. É um prazer ver Drogba, Eto'o, Kanu, Aboutrika, Obafemi Martins, Asamoah ou Diouf de volta ao seu habitat natural e, desculpem-me o cliché, vê-los a correr e saltar no relvado como se fosse na sua aldeia natal.
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