Wednesday, May 28, 2008

Grandes jogadores adversários VI

Jordão

Nascido em Angola, decorria o ano de 1952, Rui Jordão começou a sua carreira profissional no Benfica, na época de 1971/72, onde se manteve até 1975/76. Denotava os movimentos de predador de área, o instinto que distingue os grandes goleadores dos demais, possuidor de uma brilhante técnica individual e de uma velocidade de execução acima da média, Jordão passou a ser rotulado como o "novo Eusébio". Vinha da mesma dinastia africana, corria-lhe no sangue a mesma elegância de movimentos, o mesmo carácter felino. Foi substituindo o "Rei" à medida que a idade deste ia avançando.
Depois de boas épocas ao serviço do Benfica, o salto para o estrangeiro: na época de 1976/77 saiu para o Saragoça mas nunca teve oportunidade para exibir o seu talento e uma lesão grave também não o permitiu.
Foi então que o Sporting o resgatou para solo português, na época seguinte e fez de Alvalade a sua casa durante os nove anos que se seguiram.

Na época de 1977/78, a de estreia com a camisola verde-e-branca, marcou 21 golos em 22 jogos, voltando a demonstrar toda a sua capacidade goleadora e de jogador excepcional, que fizeram dele o melhor avançado da sua geração.
Com um total de 187 golos em 279 jogos pelo Sporting, Jordão venceu 2 Campeonatos, 2 Taças de Portugal e 1 Supertaça, vencendo também a Bola de Prata com 31 golos.
Conheceu o melhor período da sua carreira no Sporting onde, juntamente com M. Fernandes e A. Oliveira, fez um tridente ofensivo de luxo, juntando a sua veia goleadora e a sua grande velocidade a um grande empenho e trabalho de equipa em campo. As lesões, algumas bastante graves, não o demoveram e continuou a jogar de igual forma, apesar de ter estado afastado dos relvados por períodos de tempo muito grandes, por vezes épocas inteiras.

Fez ainda duas épocas no Vit. Setúbal, em 1987/88 e 88/89, já no ocaso da sua carreira e sem o brilhantismo e fulgor que exibira outrora.

Pela Selecção Nacional foi internacional 43 vezes, marcando 15 golos. Teve o seu momento mais alto no Europeu de 1984 onde, tal como fizeram outros grandes jogadores da sua geração como H. Coelho, Chalana, Gomes, C. Manuel ou A. Sousa, se exibiu ao mais alto nível e conseguiu por Portugal a sonhar com os dois golos à França, nas meias-finais da competição, antes da reviravolta dramática protagonizada por Platini e companhia.
Depois de finda a carreira futebolística, Jordão enveredou por outra das suas grandes paixões, a arte, nomeadamente a pintura, onde exibe um talento comparável ao que sempre passeou pelos relvados.

Jogador para análise futura: Magnusson

1 comment:

António said...

Se a selecção tem hoje um estatuto global, também o deve a Jordão, uma das estrelas do Europeu 84 a par de Bento ou Nené. Foi um avançado muito móvel e de um instinto jardeliano.

Ainda assim teve alguma infelicidade no período em que esteve no Sporting: embora tenha jogado muito bom futebol, os títulos foram poucos para tanto tempo na frente a facturar. Para mim não é normal que se marque 187 golos em 7 anos e apenas se ganhe 2 campeonatos. Muitos atletas do FC Porto dos anos 90 tiveram mais títulos sendo muito menos influentes. Também aqui se vê que o futebol dessa época era mais injusto e, como é normal nessas situações, muito mais competitivo.

Abraço!