Friday, December 28, 2007

The Sun 2008 Hot Prospects / Manual FM 2008

O tablóide inglês The Sun anunciou as 20 grandes promessas para 2008, questionando logo de seguida quais aqueles que mais se evidenciarão. Para mim Aguero, Benzema, Giovani e Banega já passaram de promessas a certezas, sendo que Breno, Krkic e Jovetic são dos que mais se irá ouvir falar no próximo ano. Ressalve-se que não há portugueses na lista. Segue-se a tradução livre da notícia.



Sergio Aguero Sergio Aguero, 19, Atlético Madrid, Avançado

Mais um jovem argentino apelidado de "novo Maradona". Aguero mudou-se do Independiente para o Atlético Madrid com apenas 17 anos e pela quantia recorde para o clubre de Madrid de 22,5 milhões de euros. Apesar de muito pressionado na sua época de estreia em Espanha, Aguero já marcou 12 golos em 22 jogos pela sua equipa.


Ever Banega Ever Banega, 19, Boca Juniors, Médio

Médio defensivo clássico, já foi ligado a alguns dos maiores emblemas europeus. Aproveitou da melhor maneira a vaga deixada no Boca Juniors pela saída de Gago para o Real Madrid no ano passado, formando uma dupla sólida com Riquelme que culminou na conquista da Taça Libertadores.


Karim Benzema Karim Benzema, 20, Lyon, Avançado

Subiu à primeira equipa do Lyon e tem estado na mira de Arsenal, Real Madrid e Juventus depois de marcar 12 golos em 16 jogos até esta fase da época. Ganhou a sua primeira internacionalização na equipa principal da França em Março e desde aí marcou 3 golos (em 8 jogos) pelos "bleus". Wengér vê-o como uma imensa revelação.


Breno Breno, 18, Bayern Munich, Defesa

Defesa sub-21 do Brasil contratado recentemente pelos gigantes alemães por 12 milhões de euros. O ex-jogador dos alemães Elber descreve-o como uma "promessa absolutamente espantosa" depois de este ter assinado pelo bávaros.


Macauley Chrisantus Macauley Chrisantus, 17, Hamburgo, Avançado

Manchester United, Tottenham, Arsenal e Manchester City estiveram todos interessados em contratar este jovem após este ter explodido para a fama no Mundial Sub-17 deste ano. Este avançado cintilante marcou 7 golos em 7 jogos e foi o melhor marcador da Nigéria - campeã da competição. Companheiro de selecção do jovem sportinguista Rabiu Ibrahim.


Denilson Denílson, 19, Arsenal, Médio

Estrela brasileira com presença regular pelos gunners na Carling Cup. Comprado ao São Paulo no Verão de 2006 por 5 milhões de euros, é um médio polivalente que se sente mais confortável como extremo, apesar de ser igualmente bom no "tackle".


Lorenzo De Silvestri Lorenzo De Silvestri, 19, Lazio, Defesa

Lateral talentoso visto como futuro internacional italiano. De Silvestri é disputado por Roma, Juventus e Arsenal, sendo que ficará livre no Verão segundo a Lei Bosman. Fez a sua estreia pela Champions em Agosto e jogou 12 vezes até agora nesta época.


Franco Di Santo Franco Di Santo, 18, Chelsea, Avançado

"Wonderkid" argentino que se juntará o plantel do Chelsea em Janeiro. Custou 5 milhões e é proveniente do clube chileno Audax Italiano. Tal como Leiva no Liverpool, Di Santo possui passaporte italiano e como tal, poderá jogar imediatamente pelos Blues. Adivinha-se difícil a sua entrada no onze de Avram Grant, contudo iremos vê-lo certamente em alguns jogos de 2008.


Giovani Dos Santos Giovani dos Santos, 18, Barcelona, Avançado

Evidenciou-se muito jovem pelo Mundial sub-17 de 2005, ganho pelo México. Tem sido diversas oportunidades no Barcelona e já conseguiu o feito de pôr sentado no banco Ronaldinho. Já possui 4 internacionalizações A pelo México.


Stevan Jovetic Stevan Jovetic, 18, Partizan Belgrade, Avançado

Alvo de 10 milhões de euros para o Man Utd, depois de se ter tornado no melhor marcador da Liga Sérvia com 11 golos. Nomeado capitão da selecção sub-21 do Montenegro com apenas 17 anos, já fez igualmente a sua estreia pela selecção A dessa país. Trata-se de um avançado criativo que gosta de descair em profundidade e correr para os defesas contrários. É igualmente um finalizador preciso.


Bojan Krkic Bojan Krkic, 17, Barcelona, Avançado

Aclamado como a resposta espanhola para Lionel Messi pelos fãs do Barça, depois de ter marcado pelas camadas jovens do clube mais de 800 golos. Quebrou o recorde do jogador mais novo a vestir a camisola culé num jogo europeu, assim como o do jogador mais novo a marcar na Liga espanhola pelo Barcelona. Destinado a quebrar muitos mais recordes.


null Toni Kroos, 17, Bayern Munich, Médio

Nomeado melhor jogador do Mundial sub-17 de 2007, já fez tambem a sua estreia pelo clube bávaro na Bundesliga e na taça UEFA. Médio creativo e goleador, Kroos já tem a garantia de Uli Hoeness que poderá ser o futuro número 10 da equipa.


Lucas Lucas Leiva, 20, Liverpool, Médio

Contratado ao Grémio pelos Reds no Verão de 2007, depois de ter sido finalista da Libertadores e de ter ganho o prémio de melhor futebolista brasileiro do ano. Parecido a Gerrard no estilo, Leiva tem jogado com regularidade pela equipa de Liverpool e será um jogador-chave em 2008.


Lulinha Lulinha, 17, Corinthians, Médio

Jogador-alvo para os campeões italianos Inter, após brilhar pela selecção sub-17 brasileira. Marcou 12 golos em 7 jogos durante os Campeonatos sub-17 da América do Sul e foi dos melhores no Mundial 2007 da mesma categoria. Trata-se de um médio ofensivo muito hábil e com faro de golo, tendo já sido visto como sucessor de Ronaldinho.


Alexandre Pato Alexandre Pato, 18, AC Milan, Avançado

Pato ganhou fama depois de brilhar pelo Internacional na Taça do Mundo de Clubes, sendo depois contratado pelo Milão no Verão de 2007, apesar de só poder jogar em Janeiro de 2008. O clube de Kaká deposita grandes expectativas em torno de Pato, tendo Berlusconi dito que espera dele nada mais nada menos do que 30 golos durante o ano de 2008. Por seu lado, Dunga vê-o como o "novo Ronaldo".


Gerard Pique Gerard Piqué, 20, Manchester United, Defesa

Após o empréstimo (bem sucedido) ao Zaragoza na época passa, Piqué voltou este ano United. Produto das escolas do Barcelona, mostrou ser uma grande defesa durante a sua estadia no maior escalão do futebol espanhol. Jogou 9 vezes durante esta temporada, incluíndo jogos da Champions, nos quais marcou contra Roma e Dínamo Kiev.


Ivan Rakitic Ivan Rakitic, 19, Schalke, Médio

Niko Kranjcar e Luka Modric podem ter estragado as contas à Inglaterra no apuramento para o Euro 2008, contudo Capello terá igualmente que ter um olho em Rakitic na qualificação para o Mundial de 2010. Contratado pelo Shalke no Verão de 2007.


Adel Taarabt Adel Taarabt, 18, Tottenham, Médio

Jovem médio francês que se tem vindo a estabelecer de forma consistente na equipa dos Spurs. Comparado a Zidane antes da sua ida para Londres, o seu habiidoso pé esquerdo tem encantado White Hart Lane, que deposita imensa fé na sua ténica e nos seus remates de fora da área.


Carlos Vela. Carlos Vela, 18, Arsenal, Avançado

Melhor marcador do Mundial Sub-17 de 2005, tem rodado em Espanha por falta de espaço no plantel do Arsenal. Voltará em Janeiro ao clube e será interessante de ver se dará luta a Adebayor, Da Silva, Bendtner e Walcott.


Theo Walcott Theo Walcott, 18, Arsenal, Avançado

Contratado ao Southampton em Janeiro de 2006 por 7 milhões de euros, alcançou grande fama quando foi chamado à selecção inglesa para o Mundial 2006, quando possuía apenas 17 anos. Marcou o golo inaugural na final da Carling Cup da temporada passada e é presença regular nos Sub-21 ingleses.


Friday, December 21, 2007

O fim da música?...

Apresentou-se no meio de outros 500 jovens, cada um com direito a 10 minutos para sonhar. Nesses 10 minutos tocou duas vezes na bola. No final da peladinha, o King veio ter com ele e pediu-lhe para aparecer no dia seguinte. Estas palavras, o King não as disse a mais nenhum outro dos 500 jovens que observou. Assim nasceu um dos maiores mitos de cumplicidade entre um jogador de um clube e os seus adeptos. Com 20 anos já mandava no meio-campo das águias. Aos 22 saiu para Itália onde se tornou Príncipe e Rei.
Na Selecção Nacional tornou-se objecto de admiração de todos, portugueses e estrangeiros, que sempre lhe reconheceram capacidade para inventar uma jogada, um passe, um dribble, e ficavam esperando com um brilho nos olhos e um sorriso nos lábios sempre que o esférico se colava, obediente, ao seu pé direito. Não teve a despedida merecida. Não só por causa do desfecho que teve o famigerado jogo contra os gregos mas também porque o Sr. Scolari não teve respeito por um dos maiores símbolos nacionais dos últimos 15 anos. A sua despedida da Selecção já havia sido anunciada. Todos esperavam que o seu canto do cisne fosse, de facto, perfeito, derramando cada gota de suor em prol de um objectivo comum (o EURO 2004) e pessoal (o final em beleza de uma carreira brilhante ao nível das selecções nacionais). O mister assim não entendeu. Deu-lhe 15 minutos para tentar operar um milagre. A verdade é que a turma das quinas rematou mais à baliza dos gregos nesse período do que nos outros 75 minutos. Mas a verdade é que não teve uma despedida condigna, muito por culpa do Sr. Scolari. Não me interpretem mal: não estou a dizer que Portugal tinha ganho o jogo se o nº10 jogasse de início. Sinceramente não gostei da conduta do seleccionador nacional para com um dos mais emblemáticos jogadores portugueses de sempre.
O que sempre me impressionou dentro de campo foi a sua atitude de liderança, sem receios de agarrar na bola e na equipa nos piores momentos, assumindo o papel de verdadeiro patrão. Aconteceu em Florença quando o rei era Batigol. Aconteceu em Milão quando o protagonista era Sheva. Um dos seus gestos mais característicos era gesticular, mandando os seus colegas de equipa avançar sempre que algum deles vinha a seu encontro para tentar uma jogada. Era como se dissesse "não preciso de ti para chegar com a bola lá à frente; preciso é de ti lá à frente para concluir a jogada". Gabriel Alves dizia que "ele é o colega de equipa que todos procuram num momento de aperto e ele dá a cara".
Aos 34 anos regressou à casa-mãe, como sempre tinha prometido aos adeptos e a si próprio. Sábio, ainda mais refinado tecnicamente e, acima de tudo, com a alegria e o orgulho de voltar a vestir a sua camisola 10 dos encarnados.
Os jogadores da sua geração já estão praticamente todos retirados. Como se isso não bastasse, pertence a uma casta que está em vias de extinção. Após a saída de cena de Zidane, ele ficou como o último dos mágicos. Talvez só Riquelme tenha condições para ser o herdeiro desta classe de jogadores, mas foi já criado numa concepção moderna de futebol que não se aplica aos seus antecessores.
Eu sempre aprendi, enquanto miúdo, a identificar o melhor jogador da equipa adversária pelo número da camisola: encontrado o nº10, encontrado o jogador mais tecnicista.
Quando, em Maio de 2008, o maestro decidir pendurar de vez as chuteiras, ele estará a insultar e a magoar todos os que gostam de ver bom futebol. No bom sentido, claro. Desfrutem das suas últimas jogadas pois estarão a desfrutar de momentos históricos.

Rui Costa.
O último Maestro.

Team of the year 2007

Aceitando o repto do Rui, igualmente deixarei aqui presente a minha equipa ideal da UEFA.

Guarda-Redes: Casillas - Muito devido à sua performance ao longo do campeonato espanhol da temporada passada. Buffon não aparece nas opções, senão seria ele o nomeado.

Lateral Direito: Sérgio Ramos - O seu contributo para a selecção espanhola tem sido estrondoso, tal como para os merengues. Daniel Alves decaiu um pouco em relação ao ano transacto, mas continua a ser fenomenal.

Defesas Centrais: Carvalho e Carragher - Se do português não há muito a dizer visto ser um génio do tackle e do posicionamento, já o inglês tem aqui um um admirador. Não acho que seja um central de categoria mundial, mas é bem verdade que não fica atrás dos restantes nomeados. E é provavelmente o melhor deles todos na marcação individual.

Lateral Esquerdo: Evra - É quem mais faz mais lembrar os bons velhos tempos de Roberto Carlos a atacar. Acho inclusive que defende melhor que o brasileiro nos seus tempos áureos.

Médio Direito: Cristiano Ronaldo - Um artista que decide jogos, encanta e enfurece plateias. De qualquer forma não ganha por muito a Ribéry que gostaria igualmente de o ver na equipa.

Médios Centro: Pirlo e Kaká. Se em relação a Pirlo nem vi os outros nomeados (questão de gosto pessoal), quanto a Kaká é unânime que foi o melhor do ano passado. E é de facto um jogador altamente desiquilibrante, no entanto, como diz Alberto Helena Jr, não teria lugar na equipa do Brasil de 70. Algo que concordo em absoluto e que demonstra bem o futebol actual.

Médio Esquerdo: Seedorf - É mais um prémio carreira, embora tenha sido decisivo na caminhada europeia do Milan. Provavelmente poria Messi deste lado e Ronaldo do outro.

Avançados: Ibrahimovic e Luca Toni - São avançados de características idênticas, embora um seja mais técnico e o outro mais cínico. Ruud e Kanouté merecem uma menção de honra.

Treinador: Capello - O que ele fez em Madrid foi absolutamente fenomenal e mais não digo. Juande Ramos é a minha segunda escolha.

Monday, December 17, 2007

UEFA Team of the Year 2007

Mais um ano a escolher os melhores da Europa. A verdade é que se está a tornar, de ano para ano, uma escolha cada vez mais difícil. Será isso bom ou mau para o futebol? Talvez seja bom para os que gostam de ver o jogo e mau porque impossibilita o reconhecimento oficial de muitos craques da bola. Ainda assim aqui vai:

Iker Casillas: muito deve o Real Madrid ao seu guarda-redes pela conquista do título da liga espanhola. Não é por acaso que passa incólume quando chovem críticas ao mau desmpenho da defesa merengue. De uma regularidade impressionante.

Dani Alves: já havia sido a minha escolha em 2006. Disponibilidade total para atacar, defender, driblar, rematar e cruzar durante 90 minutos.

Ricardo Carvalho: o central com mais classe a actuar na Europa e talvez no Mundo.

Paolo Maldini: eterno capitão do AC Milan (23 épocas!), é o segundo jogador a ganhar a Champions League como capitão de uma equipa.

Patrice Evra: para mim foi uma das surpresas da época. Depois de um início titubeante no Man Utd revelou-se um dos laterais-esquerdos mais difíceis de bater a defender e mais perigosos a atacar. Uma bala francesa na ala canhota dos red devils!

Cristiano Ronaldo: um dos mais completos jogadores do Mundo, a par de Kaká. Falta-lhe talvez a maturidade, astúcia e paciência que o astro brasileiro adquiriu no calcio para se equiparar a este. Época demolidora no Man Utd quer pela capacidade goleadora quer pela influência na equipa.

Cesc Fabregas: outro repetente. Depois da saída de Henry tornou-se ainda mais evidente a sua influência nos gunners (que já era óbvia após a saída de Vieira): visão de jogo, capacidade de passe e tem revelado uma (ainda) desconhecida apetência para o golo.

Kaká: Bola de Ouro da France Football e FIFA World Player of the Year. Sem dúvida!

Ricardo Quaresma: a sua influência é grande no Porto e revelou-se precioso na revalidação do título azul-e-branco. Um desiquilibrador nato. Pena é que na turma das quinas as suas exibições não passem de medianas.

Pippo Inzaghi: deu a Champions ao AC Milan com os seus golos decisivos, ultrapassou Gerd Müller como máximo goleador das provas da UEFA. Um striker clínico.

Frédéric Kanouté: Redescobriu a sua veia goleadora em Sevilha e tem-se mostrado imparável no país de nuetros hermanos. Os seus golos guiaram o clube andaluz à conquista de duas taças UEFA.

Treinador - Fabio Capello: conquistou, contra tudo e contra todos, a liga espanhola com o Real Madrid. Quando o vi chegar à capital espanhola a imagem que me veio à cabeça foi a de Trappatoni quando chegou a Lisboa: ambos são de uma casta que não se permite falhar.

Os mais entusiastas podem votar aqui

A escolha não é fácil devido à obrigatoriedade de incluir jogadores em determinadas posições. O meu onze de eleição seria: Casillas, Zanetti, R. Carvalho, Maldini, Lahm, C. Ronaldo, Fabregas, Kaká, Messi, Totti, Ibrahimovic. Mas há que ser justos e imparciais não vos parece?
Uma última questão: continuo sem perceber o porquê de David Healy figurar entre a nata dos jogadores europeus. O facto de ter sido o melhor marcador da fase de qualificação não me parece argumento suficiente para figurar entre os melhores. Houve jogadores com uma época muito mais rica em termos futebolísticos e de títulos que nem sequer estão sujeitos a ser eleitos para o onze europeu. Dida ganhou a Champions, Buffon ainda se percebe porque não foi incluído mas é dos melhores do Mundo, Eboué e Finnan estiveram muito bem nos seus clubes, Lúcio é um central de categoria mundial, Ashley Cole, Cambiasso, De Rossi, Van Bommel, Lampard, Deco, Iniesta, Stankovic, Mancini, Juninho Pernambucano, Eto'o, Henry, Crespo, Klose... a lista é praticamente infindável... quem percebe estes senhores da UEFA?...

Sunday, November 25, 2007

Apuramento para o Mundial 2010

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Decorreu hoje em Durban o sorteio dos grupos da fase de qualificação para o Mundial 2010 na África do Sul. Portugal evitou a Inglaterra, mas calhou-lhe em sorte a 4ª equipa com mais presenças nas meias-finais da história dos Mundiais: a Suécia. Segue-se a análise grupo a grupo:

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A luta será entre Portugal e Suécia, com ligeiro favoritismo português devido à situação no Ranking da FIFA e à qualidade individual dos atletas lusos. No entanto, quem possui Ibrahimovic nas suas fileiras tem sempre uma palavra a dizer. À Dinamarca cabe o papel de outsider, enquanto a Hungria e Albânia porão dificuldades nos jogos em sua casa mas não serão de certeza concorrentes às vagas de qualificação. Ganhar ambos os jogos a Malta é obrigação de todos os restantes membros do grupo. Para mim, Portugal qualifica-se ganhando obrigatoriamente todos os jogos em casa, e fazendo um total de 10 pontos fora (em 15 possíveis). 25 pontos na totalidade deverão servir perfeitamente para atingir o 1º lugar no Grupo.

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O Grupo 2 é teoricamente o mais fácil e era na altura do sorteio dos cabeças de série, o mais apetecível aos mesmos devido às curtas deslocações e à aparente fragilidade das equipas que o compõem. Curiosamente, calhou em sorte à Grécia (possivelmente o cabeça de série mais fraco) a participação neste grupo. As dificuldades que os gregos encontrarão serão poucas, isto se responderem com um pleno de vitórias nos jogos em casa. A Suíça será o principal adversário da Grécia, enquanto Israel e Moldávia esforçar-se-ão por uma qualificação digna. A Letónia não será bombo da festa, mas também não deverá escapar ao penúltimo lugar. O último está reservado para o Luxemburgo.

No Grupo 3 a Polónia afigura-se como grande candidata ao primeiro posto, isto depois de uma brilhante fase de qualificação para o Euro 2008. A Rep. Checa será a sua principal adversária, no entanto os polacos têm a vantagem de já terem concluído o rejuvenescimento da selecção, enquanto os checos (sem Nedved, Koller e outras figuras marcantes) atravessam agora essa fase. O equilíbrio reina entre Eslováquia, Eslovénia e Irlanda do Norte, sendo que estes serão quem decidirá os primeiros postos dos Grupo, visto que os jogos da Polónia e Rep. Checa com estes serão determinantes para decidir o grupo. San Marino é claramente o elo mais fraco.

O Grupo 4 não será um passeio para a Alemanha, contudo esta qualificar-se-á em primeiro lugar. Rússia e Gales serão os que vão lutar pelo 2º posto, enquanto a Finlândia pode estragar a festa a um destes dois. As deslocações ao Azerbeijão serão cansativas e podem resultar em surpresas. O Liechtenstein tem vindo a surpreender nos últimos anos e poderá acabar à frente dos azeris.

Quanto ao Grupo 5, a Espanha será primeira mas não terá tanta margem de erro como teve na campanha para o Euro 2008. A Turquia será um adversário mais complicado e possivelmente aquele que ocupará a vaga para os play-offs. Bósnia, Bélgica, Estónia e Arménia são todos adversários difíceis nos jogos fora e combaterão entre si (uns com mais armas que outros) por uma boa classificação.

O Grupo 6 reserva-nos momentos de grande entusiasmo com o reencontro entre a Inglaterra e o seu carrasco na qualificação para o Euro2008: a Croácia. Talvez os ingleses se riam por último, ainda assim precisam de melhorar muito para atingir o nível organizacional dos croatas. A luta será claramente entre estes dois, embora a Ucrânia possa ter uma palavra a dizer. Bielorrússia e Cazaquistão obrigarão a um grande desgaste e serão decisivos para o sucesso de Inglaterra ou Croácia. Os croatas terão alguma vantagem neste ponto, pois o seu campeonato não é tão desgastante como o inglês, tal como as suas equipas não costumam atingir fases avançadas das competições europeias. Tudo isto pode pesar muito na preparação contra estas equipas. Andorra é o bombo da festa, embora tenha progredido nos últimos anos. Tirando as distâncias a percorrer, trata-se de um grupo muito parecido ao de Portugal.

No Grupo 7, a França não terá tarefa fácil (quem tem?), mas atingirá a fase final. Sérvia e Roménia são equipas altamente competitivas e lutarão também pelo primeiro posto. Se a Áustria se engalanar após o Euro2008, pode muito bem vir a ser um adversário decisivo na luta pelo play-off. As Ilhas Faroé acabarão a qualificação muito provavelmente com 0 pontos e a Lituânia será algo complicada em casa, mas não provocará males maiores.

Os actuais campeões do Mundo encontram-se no Grupo 8 e terão bastante dificuldade em atingir a fase final devido ao valor das restantes equipas. Contudo, o facto destas lutarem muito entre si será altamente benéfico para a Itália. Este é sem dúvida o grupo mais forte de toda a zona europeia, pois não há ninguém que possa ser considerado o mais fraco. Montenegro é um país recente mas conta com excelentes executantes, enquanto a Geórgia já provou que é muito complicada em casa. Para mim, Irlanda, Bulgária e Montenegro lutarão pelo play-off, enquanto Geórgia e Chipre provocarão alguns estragos.

Por fim, o Grupo 9. É o grupo com menos países (5) e isso condena à partida a classificação para o play-off (só os 8 melhores segundos vão, ou seja, 24 pontos possíveis neste grupo enquanto que nos outros é de 30.). Holanda ganhará o grupo, enquanto a Escócia e a Noruega farão os possíveis para serem a surpresa. Se forem regulares e baterem os adversários directos na sua casa, podem ter amplas hipóteses de terminar em primeiro. Macedónia e Islândia serão fulcrais na qualificação dos demais, mas não escaparão do últimos postos.


Em resumo, prognostico que passem em primeiro os seguintes países:
Portugal, Grécia, Polónia, Alemanha, Espanha, Inglaterra, França, Itália e Holanda.

Aos play-offs irão:
Suécia, Suíça, Rep. Checa, Rússia, Turquia, Croácia, Sérvia, Montenegro

Thursday, October 04, 2007

A desproporcionalização

Existem sites desportivos onde é possível deixar-se comentários às notícias como o Record, o Maisfutebol ou a Marca. Contudo, cada vez mais concordo com a política da Bola, Placar ou do As, em que existem grupos de chat ou blogs para aí se deixar a opinião. Isto acontece devido ao teor dos comentários que se vêem nos sites referidos em primeira instância, onde se pode ler desde opiniões esclarecidas e bem argumentadas a barbaridades linguistícas e opinativas. Como exemplo e após a 2ª jornada da Champions League 2007/8, encontrei estas pérolas:

"Sabia ke o golo ia aparecer", mas quem é ke diz isto kuando marca um golo nos descontos? devia ser mais "sabia ke iamos ter sorte" pk sorte é o ke o porto tem tido em todos os jogos, más exibições do porto = vitórias, mas pronto deske seja na champions tudo bem"

2007-10-03 23:46 ] Por: Maneli

"falam tanto do grupo do scp ser o mais forte..é o mais forte o tanas...MILAN é mlhr k o ManUtd,shakthar é mlhr k o dinamo..a unica difrenxa é k o celtic nao é mlhr k a roma..quanto ao jogo,faltou 1 pouco d sort na opurtunidad do rodriguez,di maria e katso...ms fora ixo,jogou pouco o benfica..."

[ 2007-10-04 00:27 ] Por: joao

Sobre o comentário do Maneli, é óbvio que esteve a ver o jogo do Benfica e não do FC Porto, senão arrependia-se das palavras que disse. A atitude de uns atletas e dos outros não têm nada a ver e isso é visível na classificação do campeonato. Falar em sorte é ser insultuoso para com o trabalho levado a cabo num terreno difícil como é o do Besiktas. É certo que o FC Porto não jogou por aí além, chegou a ter momentos em que tornou o jogo realmente feio, mas falar em sorte quando a equipa nunca descurou o ataque parece-me indecente. O melhor que podia fazer este comentador era retirar o exemplo e não criticar. O golo pode surgir aos 92' ou aos 98', desde que o jogo esteja em aberto e a equipa ataque. Foi o que aconteceu e como tal, brilhante vitória do FC Porto. O FC Porto procurou a sorte e atingiu-a. O resto é para turco discutir.

Quanto ao segundo comentário, é de bradar aos céus! Além de não entender a dicotomia entre faltar sorte e jogar pouco (isto ainda em relação ao comentário anterior), dizer que um grupo é mais difícil que outro é simplesmente não entender a Champions. Os grupos à priori são todos difíceis, logo depois se tornam acessíveis conforme a prestação das equipas neles presente. O grupo do Sporting tem duas equipas de topo e duas mais ao menos ao mesmo nível e o que o Sporting fez, foi destacar-se em relação à equipa traçada ao seu nível. Já o Benfica está num grupo em que estão 3 equipas ao mesmo nível e uma de topo. O Benfica, após 2 jogos, inferiorizou-se em relação aos outros dois do mesmo nível, tendo o Celtic batido o clube de topo e o Shaktar aberto distância face a um do mesmo nível que eles: exactamente o Benfica. Os encarnados estão na origem do mal que os presenteia actualmente, agora atirar farpas ao Sporting porque conseguiu equilibrar as contas no seu grupo é pôr a rivalidade acima de qualquer julgamento justo.

Saturday, September 01, 2007

Champions 2007/ 2008

E pensar que o Treble do Man Utd já foi quase há 10 anos. Já se reformou Solsjkaer, Roy Keane é treinador do Sunderland e o filho do Schmeichel é quem dá cartas no rival Manchester City. O tempo no futebol é algo de fantástico, pois parece-nos que foi tudo há muito tempo, mas nem 10 anos passaram. O tempo é também um forte aliado para ajudar a esclarecer os favoritos para passar a fase de grupos da Champions deste ano, pois diz-nos ele que a experiência é fundamental nestas andanças, assim como a estabilidade numa equipa, algo que só com o tempo se constrói. Por isso, é normal que os cabeças de série de cada grupo sejam os claros favoritos, não só porque são campeões e vice-campeões de Ligas extremamente competitivas, como são as equipas que há mais anos andam nisto. Assim, aqui fica o resultado com sorteio, salientando-se a negrito as equipas que irão passar à fase seguinte na minha opinião:

• Grupo A - Liverpool, Porto, Marseille e Besiktas

Os ingleses são favoritos do grupo e não costumam facilitar nesta fase. O FC Porto é rijo nestas fases e vai passar, fruto do factor casa que Besiktas e principalmente Marselha não saberão aproveitar.

• Grupo B – Chelsea, Valencia, Schalke 04 e Rosenborg

Os de Londres vão passar de forma clara, enquanto a surpresa virá da Alemanha (equipa mais compacta que Valência nesta altura). Rosenborg não tem calibre para estas andanças.

• Grupo C – Real Madrid, Werder Bremen, Lazio e Olympiakos

Ao contrário dos alemães do grupo anterior, estes não dão garantias e como tal, serão superados por uma forte Lazio. Real Madrid terá dificuldades mas irá passar.

• Grupo D – Milan, Benfica, Celtic e Shakhtar

O campeão em título não falha nas fases de grupos (até costuma rodar jogadores) e Celtic é para mim mais forte que o actual Benfica. Os ucranianos podem ser muito incómodos e inclusive poderão passar aos oitavos da competição, pois têm equipa para isso.

• Grupo E – Barcelona, Lyon, Stuttgart e Glasgow Rangers

Camp Nou será a salvação do Barcelona, que parece ter perdido a capacidade de ganhar fora de casa. Entre o campeão alemão e o francês prefiro o primeiro, que parece mais coeso. O Rangers, se fizer de Glasgow um reduto, tem francas possibilidades de avançar.

• Grupo F – Manchester United, Roma, Sporting e Dínamo Kiev

O Sporting é capaz de fazer um ou dois jogos bons contra os favoritos Man Utd e Roma, mas falta-lhe consistência para ganhar os dois jogos ao Dínamo, situação que qualificaria a equipa. Como tal, italianos e ingleses seguirão em frente, embora não se possam descuidar e jogar para o empate entre eles.

• Grupo G – Internazionale, PSV, CSKA e Fenerbahce

O Inter não começou bem este ano, mas irá passar, por força dos jogos em casa. PSV vai fazer valer a sua experiência nesta competição e irá sobrepor-se a russos e turcos. A luta pela UEFA será animada.

• Grupo H – Arsenal, Sevilla, Steua Bucareste e Slavia Praga.

Este grupo faz-me duvidar um pouco. Os estreantes costumam fazer um ou dois jogos muito bons e isso pode abrir portas para o Steua, que ganhando em casa é bem capaz de seguir para a fase seguinte, em detrimento do Arsenal, que continua à procura de um modelo sem Henry. O Sevilla, passando o trauma Puerta e voltando a ser a equipa vencedora da Taça UEFA, é temível.

Saturday, June 23, 2007

A querela dos holandeses voadores

Que raio se passa com Van Basten?
Esta pergunta é o ponto de partida para aquilo que penso ser uma cabala contra um dos melhores avançados da década: Van Nistelrooy. A não convocação deste para a selecção não passa de uma birra que poderá ter consequências severas para a selecção holandesa. Actualmente estão em 3º no grupo de qualificação para o Euro 2008, mas com menos um jogo. Ainda assim, face à qualidade da equipa e num grupo onde Roménia e Bulgária são os mais fortes adversários, não deixa de ser algo confrangedor. Parece-me a mim que Van Basten tem um modelo assente sobretudo em liderança e, quando essa é posta em causa, as medidas são muito severas, incluindo a própria exclusão da selecção, mesmo que se seja um avançado que qualquer outra selecção gostaria de ter. Van Nistelrooy contestou uma única vez Van Basten, ainda no Mundial 2006 e a partir daí, ficou marcado pelo seleccionador.
Contra Portugal ficou bem exemplificado que Van Basten não gostou da atitude de Van Nistelrooy e como castigo, pôs em causa a própria sobrevivência da equipa no Mundial. Nesse jogo a defesa de Portugal foi altamente permeável (Nuno Valente fez uma exibição muito fraca) e viu-se o medo dos espectadores portugueses cada vez que a câmara focava o olhar matador de Van Nistelrooy, sentado no banco e completamente em pulgas para entrar em campo e resolver o jogo. Nunca entrou e a Holanda foi eliminada. O que ganhou Van Basten com isso? Respeito dos outros jogadores talvez, mas também a eliminação na maior competição mundial de futebol.
Estranhamente, Van Basten continuou à frente dos destinos da selecção holandesa após o Mundial e, como seria de esperar, Van Nistelrooy nunca mais foi visto a vestir a laranja. É certo que Huntelaar tem capacidades para se tornar um avançado ao nível de Nistelrooy, mas a verdade é que ainda lhe falta o instinto e a movimentação de Ruud.
Talvez tenha aprendido com Scolari quando este não convocou Romário para o Mundial 2002, mas pelo menos o brasileiro levou o caneco, ao contrário de Van Basten, que apesar de ter sido um grande jogador, revela-se um autêntico desastre na selecção e gestão dos jogadores holandeses.

Wednesday, June 13, 2007

Questão de Calendário ou de teimosia

O Real Madrid está a ferro e fogo! E com razão.
Quando se vai jogar a última jornada da Liga e tudo ainda está em aberto, eis que Dunga decide convocar Robinho para a Copa América (privando-o do último jogo), dizendo que sempre que o pediu o Real rejeitou. Apesar disso, o Real Madrid desta vez não tem culpa absolutamente nenhuma da incompetência da RFEF (Federação Espanhola de Futebol) por esta ter elaborado um calendário absurdo, que termina 2 semanas depois do fim dos principais campeonatos europeus. É de destacar que o Real sempre batalhou para mudar isto, ao contrário do Barcelona que parece ter um certo tipo de parceria com a RFEF e a própria selecção brasileira, visto não surgir ninguém da equipa da Catalunha no escrete, quando as possibilidades eram mais que muitas (Edmilson, Motta, Ronaldinho, Belletti e Sylvinho). Fala-se da mão de Villar - o tal que o Real considera ajudar claramente o Barcelona nas arbitragens - no meio disto tudo.
Face a esta situação, torna-se difícil compreender a intransigência de Dunga face ao Real Madrid, pois ele deveria saber que está a ser bastante injusto e que isso pode trazer uma herança pesada para o futebol brasileiro. Apesar da insistência de Dunga e de Kaká (que curiosamente também foi dispensado e nem tem jogos para fazer) continuar nas cogitações do Real, a verdade é que os sócios e simpatizantes do clube já falam em não trazer mais jogadores brasileiros para o plantel, pois além da maior parte ser extra-comunitário, só trazem problemas ao nível de convocatórias para a selecção. É possível que tal venha a acontecer cada vez mais e, em parte, este também é um fenómeno que ajuda a explicar o sucesso dos "brasileiros da Europa" (os portugueses) pelos campeonatos europeus, sendo estes alvos apetecíveis face a este contexto.
Por outro lado, a situação vista do lado do Brasil também é complicada, pois a maior parte dos jogadores só ganha competitividade jogando na Europa. Compreende-se é que no entanto, forçar os clubes a libertarem os seus jogadores quando são eles que pagam os seus avultados salários, não é a melhor estratégia. Imagine-se então, depois disto, se Robinho se lesiona gravemente na Copa América. Aí o caldo vai definitivamente entornar.

Thursday, May 24, 2007

Final da Champions

E por fim, a vingança consumou-se.
Dois anos decorridos após a célebre final de Instambul, o Milan vingou-se do Liverpool. E foi uma vingança com contornos italianos, isto é, uma vendetta fria. No entanto não foi um trabalho perfeito (o que desiludiria Vito Corleone), isto porque faltou regularidade no sector defensivo. Jankulovsky foi uma sombra, constantemente atormentado pelas investidas de Pennant. Pelo lado oposto, Zenden decidiu tirar uma soneca e nunca incomodou verdadeiramente Oddo (grande exibição). Com Simão naquele lado a história teria sido bem diferente. Será este ano que sai para os reds? Assentava que nem uma luva.
É de salientar porém que o jogo não se decidiu nas alas mas sim a meio-campo, que por sinal, estava altamente preenchido com umas 8 unidades, destancando-se nessa dura batalha a criatividade de Kaká e Seedorf, a garra de Gerrard, Mascherano e Gattuso e a passividade de Pirlo e Xabi Alonso, arredados do jogo devido em grande parte à falta de espaços para fazerem as aberturas pelos quais são conhecidos. Não houve um vencedor destacado neste meio-campo, sendo que as oportunidades claras que daí saíram acabaram por ser repartidas, com um ligeiro ascendente do Liverpool ao longo do jogo, sem materialização em golos. Quanto ao Milan, o primeiro golo surge duma arrancada de Kaká que ganha posição entre os centrais e é travado em falta pelo médio que nunca o deveria ter deixado avançar, resultando daí o livre que originou o golo. Já o segundo, outra vez falha de marcação de Kaká, fruto de um maior avanço no terreno dos ingleses e excelente abertura no limite do fora-de-jogo, no qual um dos melhores do mundo a jogar nesse limite, facturou. Inzaghi, pois claro! [acabou a Champions com 4 golos, 3 deles decisivos]. Já o golo do Liverpool, resultou de um pinball engraçado no qual Crouch fez valer o seu instinto.
Finalizando, penso que a vitória não é inteiramente justa, mas isso também não se aplica quando o Milan joga. O Liverpool apostou tudo na Champions e ao perdê-la, acaba por ter uma época altamente frustrante. A contratação de 3 jogadores fulcrais e de classe é imperativa para esta equipa: uma opção para o lado esquerdo, um avançado com créditos firmados e um médio criativo. As minhas apostas seriam Abidal, Luca Toni e Kranjcar.

Thursday, May 17, 2007

Simplesmente.... Portugal!

Fiz questão de escrever este texto antes da decisão final da última jornada da Liga Portuguesa, que decidirá o título de 2006/07.
A decisão de nomear Olegário Benquerença para o jogo Porto - Desp. Aves é ridícula, patética e demonstradora de tudo o que vai de podre no futebol português. Tinha o Sr. Vítor Pereira, um dos últimos grandes árbitros internacionais portugueses, na mais alta consideração mas esta decisão deixou-me completamente atordoado. Não surpreendido!
Como é possível eleger para um dos jogos do título (porque irão decorrer três ao mesmo tempo) um dos piores árbitros nacionais? Um juiz cujas arbitragens são classificadas unanimente por toda a imprensa e até pelo Conselho de Arbitragem como, no mínimo, medíocres para não dizer desastrosas?
Quem não se lembra do recente Académica - Sp. Braga onde o o primo de Quim Barreiros assinou uma das piores exibições da Liga este ano, sempre em prejuízo da Briosa? Já para não falar da jocosa actuação na Luz no célebre SL Benfica - Porto em que Vítor Baía é protagonista de um dos lances mais caricatos do futebol português, parodiado pelos Gato Fedorento?
Enfim... reforço a ideia de que quis escrever estas linhas antes de tudo acontecer. Isto é, aconteça o que acontecer não deixarei de ter esta opinião acerca das nomeações para jogos decisivos dos Três Grandes.
O Sporting lutou bravamente contra as nomeações dos árbitros em Portugal em favor de um sorteio que, além de aleatório teria o efeito de fortalecer os árbitros mais jovens ou aqueles que não estão habituados aos grandes palcos ou a apitar os clubes grandes.
O Porto e, sobretudo, a sua Direcção cala-se o mais que pode e só Jesualdo Ferreira vem a público falar sobre o tema, apenas para dizer que o juiz não deixou o Porto ganhar por mais do que uma bola de diferença. Sr. Jesualdo quando o Quaresma não resolve o Porto não ganha. É como com Liedson e Simão.
Por último o Sport Lisboa e Benfica, o "último grande herói" combatente contra os meandros do futebol português e o Apito Dourado, lutou para que os árbitros fossem nomeados, sim. Mas depois não se pode vir queixar de um sistema que ajudou a implementar e cujas raízes adubou.
A verdade é que não deixa de ter razão sobre os bastidores do futebol nacional.
Um exemplo prático: José Veiga foi surpreendido por um arresto de bens na sua residência e apanhado pelas câmaras de televisão ainda nem ele sabia que ia ser vítima de tal acção por parte da autoridade. Um senhor, presidente de um clube há 25 anos, encontrava-se oportunamente fora do País quando a PJ decide ir vistoriar a sua casa seguindo uma pista do processo Apito Dourado. Bateu com o nariz na porta, como é óbvio e as pistas esfriaram, como se diz.
Ainda verão esse mesmo indivíduo casar com uma senhora brasileira só para usufruir de um estatuto que lhe permitirá enfrentar a Justiça portuguesa sem qualquer consequência. Nem me espantaria que fosse Fátima Felgueiras.
E repito: seja qual for o resultado da decisão de dia 19 de Maio, nada me fará mudar de opinião.

Monday, May 14, 2007

Fim da Premier League 2006/07

Classificação final:

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Classificações:


- Manchester United e Chelsea qualificaram-se automaticamente para a 1ª Fase da Liga dos Campeões 2007/08

- Liverpool e Arsenal ficaram nos postos de qualificação para a última eliminatória de acesso à Liga dos Campeões

- Tottenham, Everton e Bolton qualificaram-se para a Taça UEFA

- Blackburn Rovers qualificou-se para a Intertoto (ao que parece Portsmouth e Reading não se inscreveram na prova no inicio da época.)

Descidas e Subidas:

- Sheffield United, Charlton e Watford foram relegados para a 1ª Divisão Inglesa

- Sunderland e Birmingham já garantiram o acesso à Premier League. Derby Count afigura-se provavelmente como o último a atingir a mais forte competição inglesa.

Tuesday, May 08, 2007

Rumo à final da Champions 2006/07

E pronto, estão conhecidos os finalistas desta edição fantástica da Champions League. Fantástica porque desde os Oitavos-de-Final nela figuravam provavelmente as 16 melhores equipas da Europa (o Sevilha e a Juventus são as excepções). Para Platini, este quadro é tenebroso, pois apenas 8 países estão representados nestes 16, reflectindo isso o peso do investimento no futebol por parte da Europa Ocidental. Para mim, tudo isto tem sido um festival para os olhos. É que por muito que custe a Platini, se não fosse o investimento realizado pelos grandes clubes europeus, teríamos hoje um Kaká preso no São Paulo, sem progressão e um jogador banal. Teríamos um Cristiano Ronaldo que raramente se qualificava para a Champions e quando o fazia não passava a primeira fase. Teríamos um sem número de estrelas presas a campeonatos nada competitivos e caminharíamos assim para um desporto ao nível do hóquei de campo, tal seria a emoção que suscitava. Mas no futebol existe uma clara tendência de mudar a melhor das fórmulas, seja por nostalgia, seja por mania (a mudança do molde competitivo do Mundial70 - o melhor dos Mundiais - para o Mundial 74 reflecte essa tendência).

Voltando à terra, os finalistas são o Milan e o Liverpool, numa reedição da final de há dois anos. Ambos não lutam pelo título. Ambos foram eliminados por equipas com mais objectivos em mente que não a Champions. Ambos são históricos na competição e ambos têm uma verdadeira equipa, sem pontos que possam ser chamados fracos e pincelada aqui e ali com toques de génio das suas estrelas (Kaká e Gerrard). A final vai ser por isso um grande espectáculo, esperando todos nós que se repita a qualidade de há dois anos e porque não, da final do ano passado.
Quanto à minha profecia da desgraça para o Manchester, esta abateu-se de facto mas só a nível da Champions. Já quanto ao Chelsea, estes foram decididamente decepcionantes. Acredito que para o ano estarão aí, novamente em força.

Milan: o que mais me surpreende neste Milan é a capacidade dos jogadores, só no final da época, se encontrarem forma. Passam o ano todo dependentes de Kaká e quando este quebra fisicamente, lá os trintões se lembram de correr um bocadinho. Seedorf então até arrepia, pois apesar de nunca ter sido um jogador rápido, parece o Obikwelu naquela asa esquerda do Milan, tal a velocidade que imprime ao jogo. Talvez esta seja a ilusão de óptica mais engraçada do futebol, pois de facto, Seedorf continua lento, os outros é que estão totalmente sem pernas para o acompanhar. Para mim dependerá muito de Seedorf e de Kaká o sucesso deste Milan. Se os de Liverpool conseguirem arranjar uma força extra para travá-los, o jogo fica decidido.

Liverpool: se Mourinho é o "special one", Benítez então é uma promoção mais que especial. Em 4 anos leva as suas equipas a 3 finais europeias! Não são muitos os que se podem orgulhar de tão grande feito. Ainda para mais sem grandes estrelas. Mestre da disciplina táctica, Benítez tornou a defesa do Liverpool num autêntico muro em Anfield Road. O meio-campo é sólido, mas demasiado defensivo, deixando graves lacunas no apoio ao ataque. Por sua vez, este ressente-se e quando se dá por isso, estão bolas a ser bombeadas para Crouch, girando pela área Bellamy, Kuyt ou Fowler (quais ratos) à procura de ressaltos. Não é muito agradável de ver, mas em termos de eficácia é de uma brutalidade avassaladora, isto porque serviu para eliminar Barcelona e Chelsea, grandes candidatos ao troféu.

Sunday, April 29, 2007

Choque de identidades

Old Trafford, 24 de Abril, 19h45. Milan e Manchester United entram em campo e na postura dos seus jogadores nota-se os traços genéticos que definem dois estilos de futebol antagónicos.
Apoiados por um público entusiasta o Manchester apresenta uma base de jogadores que reflecte a identidade dos seus adeptos, maioritariamente trabalhadores do sector industrial da cidade. Giggs, Wes Brown, O’Shea, Carrick, Fletcher, Rooney, Alan Smith e Scholes todos eles jogam a grande intensidade, de dentes cerrados, não param um segundo, como se a sua camisa fosse um fato-macaco que não se importassem de sujar.
Milan, vindo de uma cidade cosmopolita, centro da moda mundial, entra de camisa branca, impecavelmente engomada. Jogadores finos, que podiam ter saído de uma qualquer passerelle, como Maldini, Nesta, Pirlo, Inzaghi, Gilardino, Jankulovski e Kaka (o mais italiano dos brasileiros que eu já vi jogar).
O jogo começa e os ingleses arregaçam as mangas e dominam as operações. O gigante italiano agradece e encosta-se no seu “sofá” defensivo. É como se sente melhor.
Canto do lado direito, cabeçada de Ronaldo. As câmeras apanham o olhar de Maldini, e o experiente capitão não apresenta qualquer sinal de intranquilidade. Sabe a equipa que comanda e tem a noção da estratégia traçada. Contra-ataque de chancela italiana. Puro e simples. O golo de Ronaldo não faz abanar esta estratégia.

O jogo prossegue e a tónica mantém-se, até que Kaka irrompe pela defensiva inglesa, ultrapassa Heinze e toca com classe para o fundo das redes.
Um quarto de hora depois, de novo Kaka, num trabalho individual ganha a melhor a Heinze e Evra, e á saída de Van der Sar faz o 2-1.
Intervalo e o gigante italiano na frente, sem deslumbrar mas com grande eficiência.
A segunda parte começa e a cavalgada inglesa ao “castelo” italiano continua. No entanto o golo aparece não por um lance de velocidade de Giggs ou Ronaldo, mas por um lance de génio de Scholes, que com uma “colher” perfeita alimenta o instinto goleador de Rooney que faz o empate.
O jogo mantém a toada até que perto do final, Giggs esgota o seu último “sprint”, coloca comprido em Rooney que estabelece o resultado final.
O jogo acaba. As camisas dos italianos permanecem brancas, os cabelos estão impecáveis e com um ar apresentável para sair á noite para um “pub” qualquer de Picadilly Circus. Os “gladiadores” ingleses estão mais cansados (Ferguson não fez substituições), e aparentam o aspecto de um qualquer metalúrgico após um estafante dia de trabalho.
Não sei qual vai ser o resultado da segunda mão. Nem quem vai estar presente na final.

Mas sei que a identidade e as raízes das equipas se vão manter. Num lado a entrega e o “fighting spirit” britânico. No outro a experiência e a calma italianas. Fato-macaco Vs fato-de-gala. Os dados estão lançados, vistam-se a rigor e apoiem o estilo que mais gostam.


Autor: MAH

PS: daqui em diante irei postar os textos do meu caro colega Miguel Horta, assinados MAH, pelo que colocarei sempre a autoria do texto em questão, apesar do meu nome ser sempre mencionado no post. Um grande bem haja pela sua contribuição caro colega!

Thursday, April 26, 2007

UEFA Champions League: Chelsea - Liverpool

Confesso que estava desejoso de ver este embate. Não por saber que iria assistir a um bom jogo, nem sequer estava à espera disso, mas por tentar antecipar os esquemas que Mourinho e Benítez iriam lançar em campo.
A surpresa maior foi o Chelsea em 4-3-3. Digam o que quiserem os "entendidos da bola" (se é que José Rita se qualifica...) mas para mim foi assim que o Chelsea jogou: Makelele e Obi Mikel como doble-pivot com Lampard mais à frente; Joe Cole e Shevchenko nas alas com Drogba sempre no meio.
Por seu turno, Benítez não me surpreendeu nada: aposta (falhada) na velocidade de Bellamy em detrimento de Crouch (em melhor forma e mais incómodo para os centrais do Chelsea dada a sua fisionomia); aposta (falhada) na experiência de Zenden ao invés de colocar Fábio Aurélio( isto fez com que Riise ficasse colado à defesa sem poder explorar o seu forte pontapé). Mas o que mais faz doer qualquer amante da bola é ver Gerrard constantemente relegado para médio-direito. Nem conseguiu travar as investidas de Ashley Cole (se era esse o intuito) nem conseguiu fazer com que o pulmão dos reds pegasse de vez na equipa para a levar para a frente. A sua capacidade física, de remate e visão de jogo completamente tolhidas por um manager "sem coração"!
Começou forte o Chelsea, com um Lampard muito mais solto e avançado do que o habitual esta época (lembram-se dele no 4-3-3 de Mourinho dos 2 últimos anos?) e com as recuperações de bola rápidas de Makelele e Obi Mikel, o Chelsea ia criando perigo até que o inevitável tinha de acontecer: mais uma antecipação de Ricardo Carvalho, saída da defesa com a bola nos pés e a cabeça levantada, passe para a correria louca de Drogba, finta sobre o adversário e o instinto de Joe Cole (ai Nuno Gomes!...) a fazer o golo.
Na 1ª parte só deu Chelsea, com Reina a fazer ainda um punhado de boas intervenções.
Na 2ª metade o Liverpool surgiu mais solto, com a entrada de Crouch e a passagem de Gerrard para o miolo com a entrada de Pennant. Controlo das operações, mais frescura física e melhoria do passe no último terço do terreno fizeram o ascendente do Liverpool sobre os blues. Mas excepção feita a um remate de Gerrard e um ou dois lances de maior perigo para Cech, ficou-se por aqui o Liverpool.
Mourinho soube tomar o pulso à equipa para, com os mesmos jogadores, mudar o esquema de jogo e tornar a equipa mais imune à capacidade física do adversário.
Benítez voltou-me a desiludir. Irrita-me a sua teimosia. Percebo que com Xabi Alonso, Sissoko, Mascherano e Gerrard seja difícil escolher a dupla do meio-campo. Mas... porque não fez como Mourinho? Colocava Gerrard e mais dois homens no miolo, abrindo Pennant ou mesmo Bellamy na direita e Riise ou Mark González na esquerda e assim Crouch seria o avançado mais indicado para jogar de início. Matava dois coelhos de uma cajadada: usava uma táctica mais conservadora e defensiva povoando o meio-campo, ao mesmo tempo que permitiria voltar ao seu 4-4-2 normal assim que desejasse, adiantando Bellamy na direita e voltando a "4" no centro do terreno. Mas enfim...

Chelsea

Cech- seguríssimo, como se observou no remate de Gerrard onde não viu a bola partir

Paulo Ferreira- defendeu-se bem de Zenden e manteve Riise ao longe, aproveitando para atacar com mais frequência do que é habitual; boa exibição!
Ricardo Carvalho- já vem sendo hábito ser ele a lançar o contra-ataque ou mesmo a marcar; insuperável e omnipresente
Terry- muito bem nas bolas pelo ar e no chão teve em Carvalho o seu companheiro ideal
A. Cole- não arriscou muito no ataque, antes aproveitou e bem para tolher os movimentos a Gerrard, preso ao seu flanco

Makelele- tem andado um pouco longe da forma de outros tempos mas surgiu ao seu melhor nível. Incansável a roubar bolas.
Obi Mikel- idem idem aspas aspas
Lampard- mais solto do que o habitual este ano, por força da lesão de Ballack, mas notou-se que se sente melhor em terrenos mais adiantados, mas não é nem um nº8 nem um nº10...

J. Cole- criatividade e vivacidade, instinto no lance do golo
Shevchenko- andou meio perdido nas alas, mas foi tentando derivar para o meio à procura de triangulações com Drogba e Lampard sem nunca se descuidar a fechar o flanco
Drogba- imperial nas alturas, ganhou tudo e mais alguma coisa nos lances aéreos com Agger e Carragher; sprintou para o passe de Ricardo Carvalho e ofereceu o golo a Cole

Liverpool

Reina- boas intervenções a não permitir que o Chelsea ampliasse a vantagem

Arbeloa- andou hesitante entre fechar o seu flanco ou ajudar os centrais na marcação a Drogba; não fez uma coisa nem outra...
Carragher- perdeu os duelos com Drogba
Agger- idem
Riise- não se soltou no ataque como habitual e foi pelo seu lado que surgiu o golo do Chelsea

Gerrard- só assumiu protagonismo quando derivou para o miolo, na 2ª parte, surgindo com outro fôlego e rematando à baliza de Cech com perigo
Mascherano- lento, emperrou o jogo dos reds com passes laterais quando devia levar a bola e a equipa para a frente
Xabi Alonso- mais rápido no passe que Mascherano, estava a subir muito de rendimento quando Benítez o tirou de campo... estranho.
Zenden- inconsequente perante Paulo Ferreira

Bellamy- inconsequente de todo...
Kuyt- voluntarioso, nunca deu uma bola por perdida mas quando jogou melhor estava na pior fase da equipa e desapareceu quando o Liverpool cresceu na 2ª parte

PS: Aceitam-se comentários sobre estes jogos, questionem as minhas percepções... força nisso, eu quero é debate bola, cara!

UEFA Champions League: Man Utd - AC Milan

Após o perspicaz texto do António resta-me fazer uma abordagem pós-1ª mão das meias-finais da Champions.
O Man Utd-AC Milan foi, na acepção da palavra, diabólico. Com um começo muito forte e a liberdade dada a Cristiano Ronaldo, o Man Utd empurrou o Milan para a sua grande área. Jogando só com Rooney na frente, Alex Ferguson apostou na deambulação de Ronaldo e Giggs e nas rápidas trocas de bola entre os três homens de meio-campo, Scholes, Carrick e Fletcher. Chegou naturalmente ao golo, num lance confuso mas cheio de mérito do crack português. O Milan pareceu encaixar o golo e deixar-se ir no jogo dos anfitriões. Reparem que utilizei pareceu. Porque, reorganizando-se, os rossoneri começaram a apertar as marcações, nomeadamente Gattuso e Ambrosini, tendo mais posse de bola, muito bem utilizada por Pirlo, Seedorf e Káká para levar o esférico até à área contrária. O Milan cresceu e sentiu-se confiante, sempre à procura do momento certo para atacar com perigo a baliza de Van der Sar. E eis que esse momento chegou com uma arrancada explosiva de Káká, o homem que vai carregando o Milan às costas. A experiente equipa italiana sabia que podia agora controlar o jogo.
Ferido, o Man Utd tentou responder de imediato, mas uma eficaz circulação de bola, uma defesa compacta e, sobretudo, um pressing alto que obrigava os ingleses a trocar a bola entre os seus defesas, fazia dos transalpinos um obstáculo intransponível. O Milan não recuou, como fazem as equipas portuguesas quando, por acaso, se encontram em vantagem contra algum colosso europeu. Obrigou, isso sim, o Man Utd a errar e a permitir que Káká, num lance de génio, misto de força, técnica e antecipação, consumasse a reviravolta.
Na 2ª parte o Manchester veio disposto a ir para cima do adversário e conseguiu criar algum frissom junto da área dos visitantes que, porém, nunca se desconcentraram e até podiam ter ampliado a vantagem por Káká em duas ocasiões.
O Man Utd trocava agora bem a bola e noutro lance genial, Scholes descobriu Rooney para o empate. O lumberjack estava a fazer um mau jogo até então mas concretizou esta e a oportunidade concedida no fim por Giggs, já em tempo de descontos.

Man Utd

Van der Sar- nada a fazer nos golos do Milan

O'Shea- não se aventurou muito porque Seedorf e Káká caíram no seu sector
Brown- conseguiu parar Gilardino
Heize- infeliz, esteve nos dois golos do Milan em que foi ultrapassado em velocidade por Káká
Evra- o Milan não apostou no seu flanco para atacar e mesmo assim não subiu para apoiar

Fletcher- na 1ª parte não esteve bem mas subiu muito na 2ª metade onde foi influente
Carrick- geométrico, não foi no chuveirinho e tentou colocar a bola nas faixas ou em Scholes
Scholes- magnífica a assintência para Rooney e brilhante na recuperação dos red devils
Giggs- assistência para o golo da vitória e muita experiência nos momentos difíceis
Ronaldo- começo ao seu estilo mas afundou-se com a equipa quando o Milan cresceu

Rooney- não conseguiu completar um passe ou uma tabelinha mas fez 2 golos importantes

AC Milan

Dida- mal batido nos 3 golos do Man Utd sobretudo no 3º onde estava muito mal posicionado

Oddo- contenção perante Giggs e Ronaldo mas aproveitou bem o facto de Evra não subir
Nesta- apenas batido pelo passe de Scholes e por um contra-ataque que já não se esperava
Maldini- fotocópia do colega de sector e muita experiência nos momentos de maior aperto
Jankulovski- com as deambulações de Giggs e Ronaldo ficava com espaço para subir

Pirlo- capacidade de passe para lançar o ataque rápido e congelar a bola, conforme necessário
Ambrosini- capacidade de choque e de pressing importantes na reviravolta do Milan
Gattuso- não foi tão influente como costuma mas a garra e o espírito lutador nunca lhe faltaram
Seedorf- inteligente a perceber que O'Shea estava desapoiado fez a ligação da equipa com Káká
Káká- genial nos golos e em mais duas situações que podiam ter acabado com o Man Utd

Gilardino- correu sem bola e pouco se viu mas abriu autoestradas que Káká aproveitou


PS: Já lá vai um tempo sem um post mas finalmente retomei-lhe o gosto. Talvez tenha sido deste grande jogo de futebol. Saúde!

Sunday, April 22, 2007

Rumo às Meias-finais da Champions 2006/07

Em relação ao que escrevi sobre os Quartos-de-final da Liga dos Campeões, acertei algumas coisas e falhei outras. Por exemplo, acertei quando disse que o PSV ficaria pelo caminho, que a fortuna do Milan fazia milagres e que a dependência valencianista de Villa poderia sair cara. Quanto ao que falhei, o "dar zebra" já não vai acontecer, pois das 4 equipas restantes só o Chelsea não ganhou a prova. Os restantes (Milan, Liverpool e Man Utd) contabilizam entre eles a modesta quantia de 13 Ligas/Taças dos Campeões Europeus, isto é, mais do triplo das que foram ganhas por clubes portugueses (4). Passemos então à análise dos 4 gigantes da Europa:

Milan: Revitalizado internamente por Ronaldo, já não precisa de ganhar a Liga dos Campeões para participar no próximo ano. Como tal, isso pode tirar alguma força anímica à equipa na hora das decisões. Ainda assim, este é um clube que as entidades divinas gostam de ajudar nas horas difíceis, por isso o melhor para o Manchester United (seu rival na luta pela final) é não deixar para o dia seguinte aquilo que pode fazer no jogo da primeira mão. Quanto à equipa, Gattuso encontra-se em grande forma e até faz de maestro no meio-campo na ausência de Kaká (que ainda assim se encontra em boa forma, apesar de ter vindo a marcar menos golos) e Seedorf parece querer ganhar a 4ª Champions e aproximar-se do recorde de Gento.

Manchester United: Em nítida quebra de forma. Os 7-1 marcados à Roma no jogos dos quartos simbolizam aquilo que muita gente não quis acreditar: não foi o auge de uma grande fase mas sim o fim. A partir desse jogo os red devils têm vindo a arrastar-se em campo, dependentes de Ronaldo (visivelmente cansado), Rooney (não é jogador para resolver jogos sozinho) e Giggs (ainda mais cansado que o 7 português). Além disto há a referir a praga de lesões na defesa (Vidic e Ferdinand no estaleiro, entre outros). A seu favor, têm Old Trafford e o facto dos profetas da desgraça se enganarem muito (entre eles estou eu).

Liverpool: Ao contrário do Milan, quero crer que os de Anfield querem evitar a todo o custo uma reedição da final de há 2 anos e consequente encarar de uma vingança milanesa. Por isso, deverão jogar em 2 campos, o seu e o da outra meia-final, retirando isso concentração no seu duelo particular com o Chelsea. Particular pois Benitez adora picar Mourinho, o seu grande rival na Inglaterra e nos 'mind-games' apesar de na maior parte das vezes, não ter equipa para o picar. Ainda assim, na Champions o Liverpool é uma outra equipa, muito forte e com uma garra que faz tremer qualquer um. Em parte, acho que o Liverpool é uma equipa talhada para a competição continental, um pouco à imagem do Chelsea e em contraste com o Man Utd ou Arsenal. Por isso, todo o cuidado é pouco com os reds.

Chelsea: O candidato. Não que se encontre em melhor forma que os restantes, mas ao contrário destes, o Chelsea e Mourinho sempre disseram, ainda a equipa estagiava na pré-época, que a Champions era um objectivo claro. Como tal, é natural que ao ainda encontrar-se em prova, seja considerado o grande candidato. Em campo, a equipa está mais ajustada ao 4-4-2, embora Shevchenko tenha caído de forma (internamente), em oposição a Mikel que tem vindo a ajudar muito a manobra de Mourinho. Ballack, por seu turno, tem-se mostrado em boa forma na Champions, ao contrário de Makelelé que parece achar toda aquela falta de movimento demasiado cansativa.

Como nota final, estou convencido que Mourinho teve o pior adversário agora e não na final, caso lá chegue. O Liverpool é demasiado manhoso frente ao Chelsea e isso é de facto, a sua maior arma. Em termo de choque táctico, vai ser um festival para os olhos. Já em termos de espectáculo, provavelmente será bem menos entusiasmante que um Leiria-Naval.
Por último, aqui fica o meu palpite para a final: Milan - Chelsea.

Thursday, March 08, 2007

Depois de 2002

O que afinal mudou no futebol asiático depois do Mundial da Coreia do Sul / Japão em 2002?

Em termos competitivos, o Mundial de 2006 mostrou-nos que as equipas asiáticas ainda têm um longo caminho a percorrer, visto as suas performances terem ficado muito aquém do esperado. Não que as suas ambições fossem muitas, mas tendo em conta aquilo que Japão e principalmente a Coreia do Sul fizeram no Mundial 2002, esperava-se um melhor resposta passado 4 anos. Assim não aconteceu e ficou a ideia de que o "factor casa" acaba por explicar o sucesso de ambas as equipas no "seu" Mundial.

Em termos individuais, parece-me que houve uma melhoria. Hoje em dia, graças à lei Bosman e sobretudo à aposta no mercado oriental, os jogadores asiáticos vão proliferando nos grandes campeonatos europeus. É certo que nenhum deles está no caminho de se tornar, sequer, um dos 20 melhores jogadores na Europa. Contudo, existem hoje melhores intérpretes que antes da viragem do milénio, período no qual apenas H. Nakata se destacava.
Nos dias de hoje, Nakamura do Celtic e J.S. Park do Man Utd são jogadores consagrados, sendo de destacar também a acção de Lee do Tottenham, de Sun Xiang no PSV (porto seguro para os jovens asiáticos), Inamoto, Oguro e Takahara, entre outros que aos poucos, se vão espalhando pelo continente europeu. Existe contudo o entrave de se tratarem de jogadores extra-comunitários, tendo por isso de seguir para campeonatos onde não existem restrições a esse nível ou seguindo a via da qualidade, isto é, o jogador tendo de ser mesmo bom para nem sequer se pensar em deixá-lo de fora da equipa. Nakamura é um exemplo crucial desta via, pois o campeonato escocês é dos que mais restrições impõe ao uso de extra-comunitários.

Em síntese, torna-se difícil compreender se o futebol asiático melhorou consistentemente nos últimos anos e se a vaga de jogadores daí oriundos resulta da qualidade adquirida ou simplesmente, do investimento europeu nesse mercado. O tempo dará melhores respostas.

Wednesday, March 07, 2007

Rumo aos Quartos da Champions 2006/7

Barcelona, Inter e Real Madrid de fora. Por esta ordem de importância. Segundo dizem os brasileiros, este ano "pode dar zebra", isto é, um clube à partida não considerado favorito ganhar a Liga dos Campeões. 3 dos favoritos já eram, sendo que a eliminação do Inter deve ser aquela que menos se estava à espera, tendo a experiência do Valência valido muito nas duas mãos. Quanto à eliminação do Barcelona, esta não surpreende, pois deixar a decisão da eliminatória para Anfield Road é algo parecido ao harakiri.

Consequentemente, temos então este quadro:

Chelsea - É possivelmente o maior candidato à vitória na Champions. Isto se Terry recuperar totalmente e Essien voltar à sua posição natural. Se tudo correr bem lá atrás e com Drogba a facturar, acho difícil alguém os parar. Claro que mesmo em total equilíbrio, a equipa pode não atingir o objectivo, muito devido às questiúnculas internas.

Manchester United - Como ficou demonstrado hoje frente ao Lille, se Ronaldo e Rooney forem parados, o Manchester acaba. Estar dependente destes 2 talentos é bom, porque são de facto grandes jogadores capazes de resolver jogos, mas se encontrarem ambos em dia não, o Manchester terá muitas dificuldades em passar os adversários presentes em prova.

Liverpool - A maior arma do Liverpool é seguramente a sua grande experiência nesta competição e a moral altíssima por terem eliminado o campeão em prova. Além disso, Anfield Road é seguramente o estádio mais infernal para se jogar dos clubes presentes. E ainda há Gerrard. A ter em elevada consideração, apesar da má campanha interna.

Milan - Equipa cínica, afortunada nos maus momentos e com grande experiência na prova. É sempre um candidato, jogue bem ou mal (como tem vindo a acontecer). Kaká é provavelmente o melhor jogador em prova depois da saída do barcelonista Ronaldinho. E isso é um excelente trunfo.

Roma - Para mim é a surpresa. Depois de anos a fio ameaçando, finalmente a Roma atinge uma fase adiantada da competição. É porventura a última oportunidade para Totti erguer uma Champions e isso é uma motivação extra. Mancini é outra arma importante, numa equipa em que os centrais deverão ser as peças mais fracas do conjunto.

Valência - Será que é desta? Depois das duas desilusões seguidas há uns anos atrás em finais da Champions, o maior receio da equipa de Mestalla será mesmo o facto de irem à final. Mais do que lutar contra os adversários, o Valência terá que lutar contra os seus próprios fantasmas, e isso são oponentes a mais para um conjunto de jogadores jovens e experientes. Muito dependerá do que sair das chuteiras de David Villa.

Bayern Munique - Sem encanto, devagarinho, comprimindo os adversários, o Bayern lá vai indo. Algo bastante confortante para os adeptos desta equipas, pois é assim que normalmente esta atinge os seus objectivos. Por isso, é um candidato natural ao troféu.

PSV Eindhoven - A experiência europeia vai dando os seus frutos a esta equipa onde não há grandes nomes. Koeman lidera uma equipa bem organizada, instalada no 1º lugar do campeonato holandês e com jogadores que têm a lição bem estudada. Não deverá ir muito mais longe na competição pois parece-me uma equipa já espremida, mas ainda assim os seus jogadores deverão querer mostrar algo mais à Europa.

Sunday, March 04, 2007

Diferenças

Enquanto Paulo Bento diz-nos sempre antes dos jogos que espera um grande espectáculo, José Mourinho prefere ganhar por 1-0 do que por 5-4.

Não que Mourinho seja antagónico ao espectáculo, mas que consistência defensiva e ataque cínico é bem melhor que perda de pontos, lá isso é.

Wednesday, January 03, 2007

O melhor 11 do FC Barcelona

O famoso jornal catalão Mundo Deportivo levou a cabo uma votação para o melhor 11 de sempre do FC Barcelona. Uma das críticas apontadas foi o esquecimento dos jogadores que ganharam a taça dos campeões europeus ao Benfica, algo facilmente explicável por se ter tratado de uma votação via Internet, instrumento popular entre os mais jovens, os mesmos que não viram jogar Kubala, Czibor ou Ramallets. Aqui fica a equipa, destacando nela o português Deco, que em 2 anos de Barcelona é já visto como uma figura histórica do clube:

3x4x3: Zubizarreta; Puyol, Koeman, Sergi; Deco, Guardiola, Laudrup, Maradona; Cruyff, Ronaldinho, Romário.