José Mourinho é visto por muitos quadrantes como o rosto de uma nova geração revolucionária de muitas conceptualizações tomadas como garantidas do antigo futebol, mas no fundo, importa perguntar, o que Mourinho trouxe de inovador para o jogo. A resposta a isso é tudo menos simples, como muitos treinadores de bancada teimam em dar e necessita de uma extensa análise da sua carreira de treinador, dos seus modelos, das suas vitórias e claro, das suas derrota, pois são o cenário ideal para perceber realmente o que tem Mourinho. Assim, deixo por tópicos muitos dos factores revolucionários que Mourinho trouxe e que até à sua chegada eram menosprezados ou simplesmente esquecidos:
- A importância do factor casa: 7 anos sem perder em casa para o campeonato é algo de sobrenatural para um clube. Pensemos então num treinador, cujo trabalho é analisado à lupa, principalmente nos jogos frente à sua massa adepta, aquela que não tem o poder de decidir, mas tem o poder de inclinar (des)favoralmente a balança da decisão. José Mourinho tem no factor casa uma das suas principais armas de guerra e usa e abusa dela. Em casa temos que ser hospitaleiros, mas nunca coniventes com o abuso do forasteiro. Queremos ser sempre nós a servir a refeição e somos nós que mandamos.
- O culto do trabalho e da motivação: Quem não trabalha não é convocado ou é dispensado. O trabalho é a fonte de vida e o meio para se atingir a riqueza. Só trabalhando podemos colher frutos. Sem trabalho podemos amealhar alguma coisa, mas só através do roubo. Mourinho não gosta de ganhar pelo roubo, mas sim pelo trabalho. Daí que defenda golos inválidos a favor da sua equipa quando a mesma teve méritos suficientes para ganhar o jogo. Quando não fez o suficiente, Mourinho é o primeiro a dizer que não mereciam ter sido beneficiados.
- O plantel refinado e polivalente: Um conjunto de trabalhadores capazes de executar qualquer função é o que espera Mourinho dos seus plantéis. Espera que sejam mestres naquilo que fazem, assim como espera que não se armem em divas quando lhes é pedida uma tarefa para a qual não estão naturalmente vocacionados. É importante aprender, mas acima de tudo, é importante atender os pedidos de quem manda na táctica e nos homens. Nunca nos plantéis de Mourinho havemos de assistir a um plantel na máxima força com falta de uma ou outra unidade dentro da táctica pretendida.
- A apoteose do avançado: McCarthy, Drogba e Ibrahimovic ou os três fiéis escudeiros de Mourinho. Elogiados até ao tutano, Mourinho espera que os seus homens de confiança da frente façam aquilo para o que estão vocacionados: golos. Se tal não acontecer, que pelo menos os criem. José espera igualmente que haja uma empatia acima da média entre o avançado, ele mesmo e o público.
- O seguro de vida no guarda-redes: Baía, Cech e agora Júlio César: em comum têm o facto de ser com José Mourinho no comando que vivem o seu melhor momento no futebol. A isto não pode ser descartada a mão do treinador português no assunto. A transmissão de confiança dada por Mourinho aos seus guarda-redes faz com que estes sobressaiam e garantam em grande parte dos jogos uma segura imbatibilidade.
- O capitão como exemplo de coragem: Costinha, Terry e Zanetti: homens que sentem o clube que representam como ninguém, exemplos de entrega e de concordância, sempre no despique, sempre na linha da frente da batalha. É isto que Mourinho quer num capitão.
- O lateral no ataque: a maratona no futebol: Quando a sua equipa ataca Mourinho gosta e quer que o lateral apoie o ataque em todas as suas incursões, pois sem essa unidade os ataques são praticamente fúteis à partida devido à lateralização que José gosta de dar ao seu jogo. Paulo Ferreira, Nuno Valente e Santón, assim como Cole são exemplos claros daquilo que Mourinho quer que o um lateral faça quando a sua equipa ataque: apoio, abertura de linhas de passe, ajuda na transição ofensiva.
- O lateral na defesa: o falso lateral: Quando as equipas de Mourinho defendem há sempre um denominador comum: o lateral pelo qual o ataque da equipa adversária é conduzido faz pressão no extremo ou lateral, enquanto o lateral do sector oposto acorre à grande área para ajudar os centrais. Se repararmos, o médio defensivo tende a fechar o sector para que o atacante adversário tenha o centro para a àrea como única opção e aí já estará o lateral para a ajuda defensiva. É uma forma eficaz de deixar um dos atacantes opositores fora da jogada, enquanto ganha mais um homem na zona de perigo.
- O meio-campo de posse: Como zona nevrálgica do campo, Mourinho segue Pedroto e preenche o meio-campo com o mínimo de 3 homens, criando abertura e linhas de passe para as transições. Daí que o 4-3-3 e o 4-4-2 com o recuo do avançado seja o modelo óptimo de Mourinho.
- A transição: aceleração e passe: Face a adversários que preencham o meio-campo, Mourinho necessita de centrocampistas capazes de fintar com plena consciência de que não perderão a bola. Para isso é preciso espaço e esse só se consegue - no 1x1 - através de aceleração para o espaço vazio enquanto os companheiros criam linhas de passe. O meio-campo em que o 10 decide é por isso uma aberração no modelo de Mourinho, visto que todos os elementos a meio-campo necessitam de rapidez de processos, criatividade e inteligência.
- A transição: a finta em zona proibida: Conjuntamente com o demonstrado anteriormente, o centrocampista que tenta fintar sem espaço a meio-campo não é usado por Mourinho. Acarreta risco imediato de contra-ataque pelo adversário, assim como é difícil financeiramente de atrair jogadores com capacidade fazer esse trabalho. E sabe-se que no futebol mundial existem apenas 2 ou 3 jogadores capazes de roubar bolas e criar com a mesma eficácia (Pirlo, Xavi, Gerrard...)
- Novas oportunidades: Com Mourinho é normal vermos novos valores a emergir. Actualmente é Santón, mas anteriormente foi Carlos Alberto, Joe Cole ou Obi Mikel. Além disso, Mourinho garante novas oportunidades a quem parecia acabado para um carreira de alto nível como Maniche, Makelelé ou Julio Cruz.
- A comunicação como factor-chave: clube, presidente e adeptos: É celébre o método de Mourinho em pôr no balneário declarações dos adversários em que estes dizem que jogador X ou Y não é sincero, é mau profissional ou simplesmente que a equipa de Mourinho pratica mau futebol, entre outras. O espicaçar latino de um balneário, capaz de pôr em polvoroça um coração antes de ir para o campo (ou para a guerra) é um método eficaz e tenebroso de motivar o grupo de trabalho, inclusive presidentes e dirigentes. Para os adeptos, Mourinho gosta de puxar pelo seu incentivo, puxando-os para apoiar a equipa em vez de desdenhá-la. Métodos célebres de o fazer são o calar o público adversário, acusar jogadores adversários ou mostrar contentamente desmedido pelas vitórias (o não saber ganhar como factor de sucesso entre as hostes mais fanáticas)
- A comunicação como factor-chave: imprensa, árbitros e "mind-games": Talvez a maior revolução de Mourinho seja a da figura enigmática e controversa do treinador, mostrando que o mesmo tem que dar sempre a cara e nunca se deve mostrar arrependido. Mais impacto ainda tem a pressão que incita ao adversário através de frases com tudo para irritar, escarnecer e espantar a oposição. Fazer de cada conferência de imprensa algo de muito esperado é algo que só Mourinho consegue, pois tem sempre alguma coisa sensacionalmente divertida ou irritante para dizer. Ao nível dos árbitros, Mourinho gosta de criar-lhes pressão adicional de forma a que estes caiam em erro a seu favor. Tal acontece mais ao nível da competição doméstica do que ao nível internacional.
- A comunicação como factor-chave: a gestão do grupo: por fim, os "casos". Balottelli foi o mais recente, mas também Adriano, Quaresma, Carlos Alberto e Shevchenko deram água pela barba a Mourinho. Em todos os casos tirando o do ucraniano e do português, Mourinho soube gerir a situação, saindo o jogador para o campo com mais ganas que nunca. Com Sheva, Mourinho não tinha autoridade para aplicar sobre o jogador, daí que tenha saído do Chelsea, e com o português veremos se voltará ao Inter com a mesma falta de aplicação evidenciada na primeira metade desta época. Tou em crer que sim, assim como tou em crer que este último factor não é realmente o último. Há muito mais de método de Mourinho do que estas linhas contam, mas julgo que grande parte do que disse de ajusta à metodologia brilhante e eficaz de Jose Mourinho.
- O culto do trabalho e da motivação: Quem não trabalha não é convocado ou é dispensado. O trabalho é a fonte de vida e o meio para se atingir a riqueza. Só trabalhando podemos colher frutos. Sem trabalho podemos amealhar alguma coisa, mas só através do roubo. Mourinho não gosta de ganhar pelo roubo, mas sim pelo trabalho. Daí que defenda golos inválidos a favor da sua equipa quando a mesma teve méritos suficientes para ganhar o jogo. Quando não fez o suficiente, Mourinho é o primeiro a dizer que não mereciam ter sido beneficiados.
- O plantel refinado e polivalente: Um conjunto de trabalhadores capazes de executar qualquer função é o que espera Mourinho dos seus plantéis. Espera que sejam mestres naquilo que fazem, assim como espera que não se armem em divas quando lhes é pedida uma tarefa para a qual não estão naturalmente vocacionados. É importante aprender, mas acima de tudo, é importante atender os pedidos de quem manda na táctica e nos homens. Nunca nos plantéis de Mourinho havemos de assistir a um plantel na máxima força com falta de uma ou outra unidade dentro da táctica pretendida.
- A apoteose do avançado: McCarthy, Drogba e Ibrahimovic ou os três fiéis escudeiros de Mourinho. Elogiados até ao tutano, Mourinho espera que os seus homens de confiança da frente façam aquilo para o que estão vocacionados: golos. Se tal não acontecer, que pelo menos os criem. José espera igualmente que haja uma empatia acima da média entre o avançado, ele mesmo e o público.
- O seguro de vida no guarda-redes: Baía, Cech e agora Júlio César: em comum têm o facto de ser com José Mourinho no comando que vivem o seu melhor momento no futebol. A isto não pode ser descartada a mão do treinador português no assunto. A transmissão de confiança dada por Mourinho aos seus guarda-redes faz com que estes sobressaiam e garantam em grande parte dos jogos uma segura imbatibilidade.
- O capitão como exemplo de coragem: Costinha, Terry e Zanetti: homens que sentem o clube que representam como ninguém, exemplos de entrega e de concordância, sempre no despique, sempre na linha da frente da batalha. É isto que Mourinho quer num capitão.
- O lateral no ataque: a maratona no futebol: Quando a sua equipa ataca Mourinho gosta e quer que o lateral apoie o ataque em todas as suas incursões, pois sem essa unidade os ataques são praticamente fúteis à partida devido à lateralização que José gosta de dar ao seu jogo. Paulo Ferreira, Nuno Valente e Santón, assim como Cole são exemplos claros daquilo que Mourinho quer que o um lateral faça quando a sua equipa ataque: apoio, abertura de linhas de passe, ajuda na transição ofensiva.
- O lateral na defesa: o falso lateral: Quando as equipas de Mourinho defendem há sempre um denominador comum: o lateral pelo qual o ataque da equipa adversária é conduzido faz pressão no extremo ou lateral, enquanto o lateral do sector oposto acorre à grande área para ajudar os centrais. Se repararmos, o médio defensivo tende a fechar o sector para que o atacante adversário tenha o centro para a àrea como única opção e aí já estará o lateral para a ajuda defensiva. É uma forma eficaz de deixar um dos atacantes opositores fora da jogada, enquanto ganha mais um homem na zona de perigo.
- O meio-campo de posse: Como zona nevrálgica do campo, Mourinho segue Pedroto e preenche o meio-campo com o mínimo de 3 homens, criando abertura e linhas de passe para as transições. Daí que o 4-3-3 e o 4-4-2 com o recuo do avançado seja o modelo óptimo de Mourinho.
- A transição: aceleração e passe: Face a adversários que preencham o meio-campo, Mourinho necessita de centrocampistas capazes de fintar com plena consciência de que não perderão a bola. Para isso é preciso espaço e esse só se consegue - no 1x1 - através de aceleração para o espaço vazio enquanto os companheiros criam linhas de passe. O meio-campo em que o 10 decide é por isso uma aberração no modelo de Mourinho, visto que todos os elementos a meio-campo necessitam de rapidez de processos, criatividade e inteligência.
- A transição: a finta em zona proibida: Conjuntamente com o demonstrado anteriormente, o centrocampista que tenta fintar sem espaço a meio-campo não é usado por Mourinho. Acarreta risco imediato de contra-ataque pelo adversário, assim como é difícil financeiramente de atrair jogadores com capacidade fazer esse trabalho. E sabe-se que no futebol mundial existem apenas 2 ou 3 jogadores capazes de roubar bolas e criar com a mesma eficácia (Pirlo, Xavi, Gerrard...)
- Novas oportunidades: Com Mourinho é normal vermos novos valores a emergir. Actualmente é Santón, mas anteriormente foi Carlos Alberto, Joe Cole ou Obi Mikel. Além disso, Mourinho garante novas oportunidades a quem parecia acabado para um carreira de alto nível como Maniche, Makelelé ou Julio Cruz.
- A comunicação como factor-chave: clube, presidente e adeptos: É celébre o método de Mourinho em pôr no balneário declarações dos adversários em que estes dizem que jogador X ou Y não é sincero, é mau profissional ou simplesmente que a equipa de Mourinho pratica mau futebol, entre outras. O espicaçar latino de um balneário, capaz de pôr em polvoroça um coração antes de ir para o campo (ou para a guerra) é um método eficaz e tenebroso de motivar o grupo de trabalho, inclusive presidentes e dirigentes. Para os adeptos, Mourinho gosta de puxar pelo seu incentivo, puxando-os para apoiar a equipa em vez de desdenhá-la. Métodos célebres de o fazer são o calar o público adversário, acusar jogadores adversários ou mostrar contentamente desmedido pelas vitórias (o não saber ganhar como factor de sucesso entre as hostes mais fanáticas)
- A comunicação como factor-chave: imprensa, árbitros e "mind-games": Talvez a maior revolução de Mourinho seja a da figura enigmática e controversa do treinador, mostrando que o mesmo tem que dar sempre a cara e nunca se deve mostrar arrependido. Mais impacto ainda tem a pressão que incita ao adversário através de frases com tudo para irritar, escarnecer e espantar a oposição. Fazer de cada conferência de imprensa algo de muito esperado é algo que só Mourinho consegue, pois tem sempre alguma coisa sensacionalmente divertida ou irritante para dizer. Ao nível dos árbitros, Mourinho gosta de criar-lhes pressão adicional de forma a que estes caiam em erro a seu favor. Tal acontece mais ao nível da competição doméstica do que ao nível internacional.
- A comunicação como factor-chave: a gestão do grupo: por fim, os "casos". Balottelli foi o mais recente, mas também Adriano, Quaresma, Carlos Alberto e Shevchenko deram água pela barba a Mourinho. Em todos os casos tirando o do ucraniano e do português, Mourinho soube gerir a situação, saindo o jogador para o campo com mais ganas que nunca. Com Sheva, Mourinho não tinha autoridade para aplicar sobre o jogador, daí que tenha saído do Chelsea, e com o português veremos se voltará ao Inter com a mesma falta de aplicação evidenciada na primeira metade desta época. Tou em crer que sim, assim como tou em crer que este último factor não é realmente o último. Há muito mais de método de Mourinho do que estas linhas contam, mas julgo que grande parte do que disse de ajusta à metodologia brilhante e eficaz de Jose Mourinho.
No comments:
Post a Comment