Novos formatos das competições europeias

Longe dos tempos em que bastava passar 4 eliminatórias e chegava-se à final da Taça dos Campeões Europeus, a UEFA tem vindo a mudar constantemente o formato das suas competições, tentando agradar a gregos, troianos, macedónios e quem mais reivindique que o seu país merece mais e melhor.

Pois bem, devido a isto, acabou-se inicialmente com a Taça das Taças, competição histórica que determinou o desinteresse pelas Taças Nacionais. É certo que continua-se a lutar para as conquistar, mas visto que apenas dá acesso às qualificações para a Liga Europa, não vale o esforço acrescido dos 4 ou 5 primeiros dos campeonatos nacionais. Quero dizer com isto que acabar com a Taça das Taças foi um golpe profundo nas Taças Nacionais e só garantindo ao vencedor um lugar na pré-eliminatória da Champions é que se consegue dar-lhe novamente visibilidade.

Após isto a Champions League foi alargada para proporcionar aos clubes mais jogos e assim, maior receita. Também fez com que um clube precise de fazer no mínimo 12 jogos para atingir a final, tornando o dinheiro num factor fulcral pois 11-15 bons jogadores deixou de chegar para lutar por todas as competições. É hoje necessário um plantel forte em todas as posições, necessitando-se de 20-25 jogadores capazes de manter o fio de jogo sem grandes alterações e tal plantel só é possível com muito dinheiro para contratações e grande bolsa salarial. Algo que torna ainda maior o feito de José Mourinho com o FC Porto em 2004.

Relativamente à Taça UEFA, sofreu tantas alterações que custava cada vez mais aos espectadores manter um interesse contínuo pela competição. Era constituída por equipas do segundo plano europeu e pelos falhanços dos grandes clubes nas Ligas (AC Milan em 2009 e Bayern em 2008) e como tal perdia logo muito em relação à Champions. Por outro lado, era uma competição demasiado longa e com demasiadas inoportunidades, sendo a mais escandalosa a queda dos 3ºs classificados da Champions numa fase avançada da competição.

Com as novas mudanças no acesso à Champions e a nova Liga Europa muda algo para melhor, como o acesso dos campeões nacionais dos países sem grande expressão - "Caminho dos Campeões" - à Champions através de eliminatórias entre eles (evitando assim grandes clubes), podendo em caso de derrota passar para a Liga Europa. Deu-se portanto maior visibilidade a países como a Letónia, Chipre ou Israel e há que aplaudir essa oportunidade, o que contudo não impede que visionemos na fase de grupos jogos tão desiquilibrados como um FK Ventspils vs Real Madrid.

Além desse factor negativo, existe outro que se prende com a injustiça para com os clubes qualificados por países do top-10 do Ranking UEFA, pois os seus representantes jogarão entre si - "Caminho dos Não Campeões" - e eliminarão possíveis candidatos a uma boa presença na Champions apenas porque não estavam tão fortes no início da época. Como exemplo, é para mim muito díficil acreditar que o FK Ventspils dê mais emoção a um grupo da Champions que algum clube saído da eliminatória Arsenal vs Celtic.

Enfim, são sinais dos tempos e é verdade que temos de dar mais oportunidades aos campeões nacionais de menor expressão, assim como é difícil escolher um modelo capaz de agradar a todos, acho no entanto injusto que se tenha de escolher logo ao início um clube saído de uma eliminatória que bem podia ter sido vista há pouco tempo nuns Oitavos-de-Final da Champions ou numa meia-final da Taça UEFA.

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Prognósticos:

Sporting (POR) -Fiorentina (ITA)
Panathinaikos (GRE) -Atlético de Madrid (ESP)
FC Timisoara (ROM) -Estugarda (ALE)
Celtic (ESC) -Arsenal (ING)
Lyon (FRA) -Anderlecht (BEL)

FC Sheriff (MOL) -Olympiakos (GRE)
FC Salzburgo (AUS) -Macabbi Haifa (ISR)
FC Ventspils (LET) -Zurique (SUI)
Copenhaga (DIN) -APOEL (CHI)
Levski Sofia (BUL) -Debrecen (HUN)