Se já antes era um clássico intenso, agora com a rivalidade Pep-Mou tornou-se irresistível de ver.
Eis algumas breves notas sobre o desenrolar do jogo:
Eis algumas breves notas sobre o desenrolar do jogo:
- o Barça não merecia ter, sequer, empatado o jogo, quer pelo jogo jogado quer pelas oportunidades de golo
- o Barcelona fez o resultado em dois lances fortuitos, completamente contra a corrente do jogo; jogadas de génio de Messi na assistência para o golo de Pedro e pontapé fulminante de Dani Alves no 2-0(é preciso ter génios que decidam mas foram apenas dois lampejos num jogo muito cinzento dos catalães)
- o Real Madrid teve as melhores oportunidades na 1ª parte e desperdiçou por Ronaldo, Káká, Sérgio Ramos e Özil
- depois de dois golos em 5 minutos antes do intervalo, o Real veio para a 2ª parte a jogar e a carregar ainda mais do que na 1ª parte, quase fazendo a remontada
- o árbitro encarregou-se, como tem sido sempre nos últimos anos, de inclinar o campo a favor do Barça; talvez tenha perdoado a expulsão a Diarra (o 1º amarelo foi, no entanto, mal mostrado), mas o golo anulado a Ramos numa altura crucial do encontro e a sua expulsão, mais tarde, foram más decisões com influência directa e indirecta no resultado; nos lances divididos apitou sempre a favor dos catalães
- viu-se que, por vezes, o Barcelona não faz mais do que anti-jogo
- na altura de maior pressão do Real Madrid, o Barça desapareceu, não se viu Xavi, Piqué, Puyol (ainda deve andar à procura dos rins no lance do golo de Benzema) ou Fabregas pegarem no jogo e controlar o adversário, como muitas vezes fazem
- há adeptos dos blaugrana que ainda não devem ter unhas, tal o medo que sentiram quando perceberam que a sua equipa não tinha o controlo do jogo nem do resultado e viram o adversário reduzir a diferença no marcador; Camp Nou em silêncio durante muitos momentos
Notas finais: o Real Madrid fez um grande jogo e só não o ganhou porque o árbitro não deixou. Confesso que tenho uma relação de amor-ódio com este Barcelona. Não consigo ficar indiferente, como é óbvio, à classe de Messi, Xavi, Iniesta, Fabregas, Dani Alves, Puyol, Piqué e companheiros, ás suas geniais jogadas individuais e colectivas. Por outro lado, quando o Barça se põe em vantagem dou por mim a bocejar. Parece-me estar a ver um qualquer Paços de Ferreira ou Olhanense quando jogam contra um grande e se vêm a ganhar: é perder tempo, jogar no lance dividido e ir para o chão, o tempo a correr. O futebol do Barcelona passa num ápice de categórico a arrogante e sobranceiro e nunca é bom ter essa abordagem de "somos tão bons que ninguém nos ganha". E quando se vêm encurralados pelas circunstâncias de jogo, o Barcelona raramente sobrevive: empatou com o Real, perdeu pontos com Valência, Villarreal (que é de momento das mais fracas equipas de Espanha), Espanyol ou Getafe, sempre em jogos onde não conseguiu fazer valer esse futebol arrogante porque teve de correr atrás do prejuízo.
A equipa parece formatada para atacar e marcar primeiro, não tem um plano B nem recorre a jogadores de características diferentes. Tem um modelo de jogo sólido, anos a fio a ser limado na equipa principal e na cantera, onde os jogadores parecem fotocópias de fotocópias. Outra ponto que por vezes me surpreende é no plano defensivo. Tem um quarteto de luxo (Dani Alves-Piqué-Puyol-Abidal) mas a equipa não sabe...defender. Está de tal maneira formatada no plano ofensivo que muitas vezes esquece as transições defensivas e os movimentos defensivos colectivos, que não existem. Há um notório posicionamento de alguns jogadores para colmatar essa lacuna mas a equipa não consegue sofrer, não sabe jogar sem bola no plano defensivo. Parece meia-equipa. Os italianos, por seu turno, são mestres neste aspecto do jogo. Não é à toa que Mourinho ganhou com o Inter: os seus jogadores estavam talhados para determinados conceitos e momentos de jogo para os quais o Barça não tem a mínima ideia porque raramente passa por eles. Mas quando passa, claudica.
Alguns chamar-me-ão louco, mas pensem um pouco e vejam o Barça a jogar: toda a gente fica de tal maneira hipnotizada com o processo ofensivo que esquece tudo o resto.
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