Ponto prévio: Para mim há sorte e azar no desporto. Por muito treino que exista, quem já chutou uma bola repetidas vezes ao mesmo alvo, sabe que o pé até pode embater exactamente no mesmo sitio que no remate anterior que a bola pode sair numa direcção totalmente oposta ao que queríamos. À vezes ao tentarmos melhorar um remate e quando pensamos que já acertámos na maneira correcta de o fazer, lá ficamos estarrecidos ao ver que a bola sai cada vez mais lado a cada nova tentativa. Claro que o vento, o tipo de bola, a força aplicada e o local exacto de contacto entre a bola e o pé nunca é o mesmo e todos estes factores são motivos de diferença, mas ainda assim, acredito que há uma componente de sorte no desporto.
Thursday, June 28, 2012
Ponto prévio: Para mim há sorte e azar no desporto. Por muito treino que exista, quem já chutou uma bola repetidas vezes ao mesmo alvo, sabe que o pé até pode embater exactamente no mesmo sitio que no remate anterior que a bola pode sair numa direcção totalmente oposta ao que queríamos. À vezes ao tentarmos melhorar um remate e quando pensamos que já acertámos na maneira correcta de o fazer, lá ficamos estarrecidos ao ver que a bola sai cada vez mais lado a cada nova tentativa. Claro que o vento, o tipo de bola, a força aplicada e o local exacto de contacto entre a bola e o pé nunca é o mesmo e todos estes factores são motivos de diferença, mas ainda assim, acredito que há uma componente de sorte no desporto.
Tuesday, February 07, 2012
Principais ligas europeias: Itália
Juventus segue na frente, com menos um jogo e mais um ponto do que o Milan e ainda sem derrotas. Desde há muito tempo que não se via a vecchia signora em tão boa posição para lutar pelo scudetto. Matri tem sido um dos grandes destaques na Juve.
O Milan e o seu fabuloso trio de ataque Ibrahimovic-Pato-Robinho têm estado também em grande forma, secundados por um meio-campo em bom plano, sobretudo Nocerino e Boateng.
Em terceiro e quarto lugares seguem a sensação Udinese, com o goleador Di Natale mais uma vez a fazer uma excelente época, e a Lazio, com Klose também em plano de destaque.
O Inter tem estado a fazer um campeonato muito irregular e nem mesmo com o regresso de Ranieri ao comando dos nerazzurri as coisas parecem correr de feição. Apesar de tudo, Milito continua em grande.
Depois de um começo titubeante, a Roma de Luís Enrique está agora no sexto posto, tendo vencido categoricamente o Inter na última jornada.
Como quase todas as equipas "menores" que ganham um lugar na Champions, no ano seguinte as coisas não correm tão bem no campeonato, maioritariamente porque os seus jogadores não estão habituados à rotina e sobrecarga de jogos: Assim se passa com o Nápoles, que segue em 7º lugar, seguido de Palermo, Génova e Fiorentina, todas equipas com jogadores para vôos mais altos do que as posições que ocupam.
Taça da Liga
O Gil Vicente ganhou um lugar na ronda seguinte ao vencer na deslocação a Alvalade, onde o Sporting só se pode queixar da falta de soluções ofensivas e defensivas. Depois de ter sido herói, Onyewu não merecia tamanho "castigo" ao fazer o penalty para o golo de Cláudio e correspondente segundo cartão amarelo. O lance deixou muitas dúvidas, parecendo que a falta foi fora da área. Apesar de uma boa reacção, os leões não conseguiram inverter o resultado, tendo até estado muito perto num lance de Carrilo, com um remate ao poste. O jovem peruano tem sido um dos mais inconformados e que tem causado maiores desiquilíbrios nas defesas contrárias.
O Porto recebeu e venceu o Setúbal, com os dois reforços de Inverno, Janko e o regressado Lucho, a marcarem na estreia. Com Lucho a comandar o meio-campo. bem secundado por Moutinho, e com as movimentações de Janko na frente, o Porto controlou as operações e, mesmo sem fazer um jogo brilhante, foi bastante mais sólido do que em partidas anteriores, o que permitiu aos azuis-e-brancos jogarem sem grande pressão e vencerem com tranquilidade.
Meias-finais:
Friday, February 03, 2012
Liga Portuguesa 17ª jornada
Na 2ª parte, o Feirense marcou de canto, por Varela, antecipando-se no primeiro poste à defensiva encarnada. Volvidos 4 minutos, o mesmo Varela desvia para a própria baliza, quando já estavam preparados dois jogadores do Benfica para finalizar o cruzamento de Maxi Pereira. Com a igualdade alcançada em tão pouco tempo, com as entradas de Nolito e Gaitán para os lugares de Bruno César e Aimar e a passagem de Witsel para o miolo, o Benfica carregou e logrou o empate, através de um penalty convertido por Cardozo, a castigar derrube de Rodrigo na área.
Melhor em campo: Rodrigo - o avançado hispano-brasileiro teve uma mão-cheia de oportunidades e ainda "cavou" o penalty que deu a vitória aos encarnados; decisiva a entrada de Nolito, num jogo à sua medida
O Porto estava pressionado pelo resultado do Benfica e entrou talvez algo ansioso no jogo. A verdade é que a boa organização do Gil Vicente, que já tinha apresentado bons argumentos na jornada anterior na Luz, criou muitas dificuldades ao Porto e os seus jogadores, sobretudo no meio-campo, não conseguiram impor o seu jogo.
Cláudio, dando seguimento de cabeça ao um livre lateral, abriu o marcador para os gilistas. O mesmo Cláudio ampliou a vantagem através da marca de grande penalidade, a castigar mão na bola de Otamendi.
Na 2ª parte a toada foi a mesma: o Porto a não conseguir fazer ligação entre o meio-campo e o ataque e os gilistas a controlarem as operações, espreitando o contra-ataque. André Cunha, num grande lance individual em que "partiu" os rins a Rolando, fez o 3-0 e praticamente acabou com o jogo. Varela ainda reduziu aos 77 minutos mas o destino dos 3 pontos já estava traçado.
Os portistas queixam-se da arbitragem em dois ou três lances mal ajuizados, como uma cotovelada a Defour na grande área do Gil que passou impune, mas também os de Barcelos têm razões de queixa em outros tantos lances.
O que fica é um dos piores jogos, sobretudo colectivos, da equipa do Porto e quando não há individualidades que resolvam como já aconteceu anteriormente, nestes jogos menos conseguidos o Porto não consegue praticar um bom futebol e parece sem ideias em termos ofensivos.
Melhor em campo: Cláudio - o defesa gilista foi o goleador de serviço, marcou de cabeça num livre lateral e depois de penalty, ajudando e de que maneira a construir a vitória dos de Barcelos
Sporting 2 - 0 Beira-Mar
Num jogo que se previa à partida complicado, quer pelo momento menos bom do Sporting quer pelo adversário, os leões responderam com alguma dose de empenho e felicidade, que tanto tem faltado ao conjunto de Alvalade. Aliado a estes factores, a eficácia nos lances de bola parada "descomplicou" o jogo.
Onyewu, por duas vezes, fixou o resultado final, num jogo que o Sporting controlou na maior parte do tempo, mas onde o Beira-Mar teve alguma falta de eficácia e sorte (sobretudo em dois lances que atirou ao ferro da baliza de Rui Patrício), em suma, tudo aquilo que o Sporting teve e que, no final, fez a diferença.
Melhor em campo: Onyewu - o "Capitão América" resolveu o jogo com duas cabeçadas fulminantes, demonstrando mais uma vez toda a importância dos lances de bola parada e de "laboratório", onde o Sporting nos últimos tempos não tem conseguido fazer a diferença, nem em termos ofensivos nem defensivos.
Thursday, February 02, 2012
Notas sobre o Barcelona - Real Madrid
Eis algumas breves notas sobre o desenrolar do jogo:
Monday, January 23, 2012
Uma análise ao Sporting 2011/12
Assim se enquadra o momento do Sporting. Os adeptos, depois de anos a verem campeonatos correr como água debaixo da ponte, assim que vislumbram algo positivo entram em euforia, desejosos de ver cumpridas as suas ambições de mais um título. Isto acontece com todos os adeptos dos chamados grandes, nos últimos anos talvez menos com os de Benfica e Porto, mas apesar de tudo em semelhante medida. Os adeptos leoninos, sequiosos de vitórias ou de, simplesmente, ver bom futebol, entusiasmaram-se e com eles a equipa, que passou por um bom período de jogos com vitórias consecutivas, alguns momentos de bom futebol, golos, em suma, o vislumbre de uma equipa.
Mas os testes mais difíceis estavam para chegar e com eles claudicou o Sporting. Perdeu com o Benfica num jogo em que esteve praticamente uma parte em superioridade numérica, onde não foi capaz de criar uma situação de golo nem sequer para empatar o resultado. Depois em casa com o Porto também não foi capaz de ganhar, num empate que castigou duas equipas sem ambição, num jogo insípido e totalmente desprovido de interesse futebolísticamente falando, mas onde a vitória interessava mais ao Sporting para não se atrasar ainda mais face à concorrência e mostrar, perante os seus adeptos, que podiam conter com ele para a luta dos lugares da frente. Finalmente com o Braga, numa deslocação estes dias sempre difícil, o Sporting também não foi capaz de um futebol competitivo e, com dois erros defensivos tremendos, perdeu claramente. Os empates cedidos no início o novo ano podem ser explicados apenas pelo moral em baixa de uma equipa presa e a jogar já sobre brasas.
Vemos então que a equipa não estava ainda preparada para a competitividade face aos outros três maiores adversários, equipas com espinha dorsal e modelos de jogo definidos há vários anos. Mas nem Godinho Lopes, nem Luís Duque nem Domingos têm a receita da poção mágica nem dotes de magia para mascarar algumas das deficiências da equipa.
Desde logo a contratação de 19 novos jogadores, que proporciona muito trabalho para os entrosar, formar um grupo, adaptarem-se à realidade do clube e do futebol, do clima, do facto de terem cá a família, casa, carro e outros aspectos extra-futebol que os adeptos normalmente tendem a esquecer.
Tomemos como exemplo o primeiro ano de Jesus à frente do Benfica. Toda a gente achou um grande feito, ser campeão logo no primeiro ano, mas a verdade é que Jesus pouco ou nada fez em relação aos seus jogadores. O Benfica já tinha a matéria-prima: jogadores com vários anos de casa (Luisão, Quim, Maxi Pereira, Aimar, Cardozo), percebia-se o potencial de jogadores como David Luiz, Di Maria e Fábio Coentrão, que também já militavam na Luz há dois ou três anos. O que faltava ao Benfica era um modelo de jogo claro e alguém que pusesse as peças nos lugares certos para a máquina começar a funcionar. Aqui o trabalho de JJ foi perspicaz e importante. Com as boas exibições de pré-época de Di Maria e com Coetrão a mostrar serviço sabia que não podia jogar com os dois simultaneamente, então puxou Coetrão para lateral, sabendo do desejo do caxineiro em mostrar serviço. "Trancou" o meio-campo com as chegadas de duas pedras fundamentais para o modelo de jogo: um nº6 posicional, forte no momento defensivo, na ocupação dos espaços e sem vocação ofensiva (Javi Garcia) e com tão poucas unidades para defender, sabendo da propenção ofensiva dos laterais, teria que ter alguém do meio-campo que fizesse as recuperações nas transições defensivas e equilibrasse a equipa (Ramires). Mais à frente juntou Saviola a Cardozo, que tinha marcado 17 golos quase só na 2ª volta do campeonato, para lhe dar mais liberdade, com Aimar e Di Maria a municiar os dois. Assim, ao mesmo tempo que equilibrava a equipa, libertava algumas pedras fundamentais, os golos e as exibições apareceram em consequência e o Benfica voou para o título.
É nisto que o Sporting ainda tem de ter...paciência. Grande parte da matéria-prima não estava no clube, não há ainda um modelo de jogo bem difinido nem uma alternativa ao mesmo ou um plano B por assim dizer. Há experiências com os jogadores a rodarem por várias posiçõesem vez de criarem rotinas e não há referências em cada sector pois, seja por lesão ou mau desempenho, não tem havido jogadores indiscutíveis salvo talvez Schaars e João Pereira. O recente incidente de Bojinov mostrou que a equipa está intranquila e que, mais do que isso, não sabe o que está a fazer nem tem ainda confiança no seu método, procurando a todo o custo salvar-se a ela própria.
Faltam então as bases para criar um modelo de jogo sólido onde os jogadores o interpretem de olhos fechados, com rotinas entre posições e um onze-base mais fixo, onde as soluções e alternativas se adequem e encaixem, sem alterar a estrutura de raiz.