E por fim, a vingança consumou-se.
Dois anos decorridos após a célebre final de Instambul, o Milan vingou-se do Liverpool. E foi uma vingança com contornos italianos, isto é, uma vendetta fria. No entanto não foi um trabalho perfeito (o que desiludiria Vito Corleone), isto porque faltou regularidade no sector defensivo. Jankulovsky foi uma sombra, constantemente atormentado pelas investidas de Pennant. Pelo lado oposto, Zenden decidiu tirar uma soneca e nunca incomodou verdadeiramente Oddo (grande exibição). Com Simão naquele lado a história teria sido bem diferente. Será este ano que sai para os reds? Assentava que nem uma luva.
É de salientar porém que o jogo não se decidiu nas alas mas sim a meio-campo, que por sinal, estava altamente preenchido com umas 8 unidades, destancando-se nessa dura batalha a criatividade de Kaká e Seedorf, a garra de Gerrard, Mascherano e Gattuso e a passividade de Pirlo e Xabi Alonso, arredados do jogo devido em grande parte à falta de espaços para fazerem as aberturas pelos quais são conhecidos. Não houve um vencedor destacado neste meio-campo, sendo que as oportunidades claras que daí saíram acabaram por ser repartidas, com um ligeiro ascendente do Liverpool ao longo do jogo, sem materialização em golos. Quanto ao Milan, o primeiro golo surge duma arrancada de Kaká que ganha posição entre os centrais e é travado em falta pelo médio que nunca o deveria ter deixado avançar, resultando daí o livre que originou o golo. Já o segundo, outra vez falha de marcação de Kaká, fruto de um maior avanço no terreno dos ingleses e excelente abertura no limite do fora-de-jogo, no qual um dos melhores do mundo a jogar nesse limite, facturou. Inzaghi, pois claro! [acabou a Champions com 4 golos, 3 deles decisivos]. Já o golo do Liverpool, resultou de um pinball engraçado no qual Crouch fez valer o seu instinto.
Finalizando, penso que a vitória não é inteiramente justa, mas isso também não se aplica quando o Milan joga. O Liverpool apostou tudo na Champions e ao perdê-la, acaba por ter uma época altamente frustrante. A contratação de 3 jogadores fulcrais e de classe é imperativa para esta equipa: uma opção para o lado esquerdo, um avançado com créditos firmados e um médio criativo. As minhas apostas seriam Abidal, Luca Toni e Kranjcar.