Antes de mais, devo confessar que a selecção espanhola, ao contrário da portuguesa, brasileira ou inglesa, nunca me tirou o sono. Habituada a estar envolvida nas fases finais de Europeus e Mundiais, o seleccionado espanhol raramente causa impacto, acabando por trair as altas expectativas que os seus seguidores nutrem. Tentarei de seguida explicar o porquê da desilusão espanhola:
Por um lado, há a referir que na história da selecção espanhola encontra-se apenas um campeonato europeu, conquistado no longínquo ano de 1964. Em termos de Mundiais, o melhor conseguido foi um 4º lugar no ainda mais distante ano de 1950. Muito pouco para quem ostenta clubes de grande sucesso europeu como o Real Madrid, o Barcelona e o Valência, somando estes dezenas de troféus europeus e mundiais entre si.
Por outro lado, importa dizer que raros são os jogadores titulares da selecção espanhola que são fulcrais nas suas respectivas equipas. Fernando Torres no Atlético de Madrid, Raúl e Casillas no Real Madrid e Puyol no Barcelona são algumas excepções. Há pois um défice de competitividade da selecção espanhola à partida e em relação a outros países como Portugal, por exemplo, onde Cristiano Ronaldo, Petit, Ricardo Carvalho, Simão ou Deco são importantíssimos na manobra dos seus clubes. Ao contrário, Sérgio Ramos, Puerta, Luis Garcia, Angulo ou Iniesta são vistos como meras opções pelos seus clubes, sendo que, no meu ponto de vista, seriam facilmente colmatados por outros jogadores. Esses outros jogadores encontram-se na sua maior parte, nas grandes selecções jovens de Espanha, mas contrariamente ao que se passa noutros países, a aposta nestes jovens não é clara. Só assim se explica que a recém campeã selecção de sub-19 não ponha nenhum jogador no lote dos convocados da selecção principal, chegando ao ponto de uma das maiores referências dessa selecção - Mata - jogar na 2ª divisão espanhola. Este salto qualitativo é algo que falta fazer em Espanha e que explica o fracasso dos jogadores espanhóis entre os 21 e os 25 anos. Claro que há excepções nesse salto qualitativo, mas essas são raras e proporcionadas por manobras políticas de promoção clubística (Torres e Raúl são exemplos disso, muito para irritar os rivais) ou por clubes estrangeiros que apostam na matéria-prima espanhola (Reyes e Cesc).
Assim, temos na selecção espanhola uma clara ruptura entre os grandes jogadores e os jogadores medianos, sendo que a forma dos grandes jogadores influencia claramente a performance da equipa, incapaz de viver à custa das segundas opções. Contudo, o problema não é de hoje e um olhar para o passado ajuda-nos a observar que Espanha nunca teve um real conjunto de grandes jogadores, mas quase sempre algumas estrelas combinadas com jogadores razoáveis que nunca conseguiram provar com o seu trabalho as chamadas à principal selecção espanhola.
Finalmente e como atenuante, mais que todas as outras seleçcões, a Espanha pode queixar-se das arbitragens em fases finais dos Mundiais. Em 1994, Luis Enrique foi claramente agredido por um jogador italiano e nada foi apitado. A história do jogo seria certamente diferente caso o italiano fosse expulso. Em 2002 e frente à Coreia, 2 golos mal anulados que levaram a um debate mais aceso das novas tecnologias, ainda que actualmente não haja qualquer tipo de inovação realmente eficaz.
Por um lado, há a referir que na história da selecção espanhola encontra-se apenas um campeonato europeu, conquistado no longínquo ano de 1964. Em termos de Mundiais, o melhor conseguido foi um 4º lugar no ainda mais distante ano de 1950. Muito pouco para quem ostenta clubes de grande sucesso europeu como o Real Madrid, o Barcelona e o Valência, somando estes dezenas de troféus europeus e mundiais entre si.
Por outro lado, importa dizer que raros são os jogadores titulares da selecção espanhola que são fulcrais nas suas respectivas equipas. Fernando Torres no Atlético de Madrid, Raúl e Casillas no Real Madrid e Puyol no Barcelona são algumas excepções. Há pois um défice de competitividade da selecção espanhola à partida e em relação a outros países como Portugal, por exemplo, onde Cristiano Ronaldo, Petit, Ricardo Carvalho, Simão ou Deco são importantíssimos na manobra dos seus clubes. Ao contrário, Sérgio Ramos, Puerta, Luis Garcia, Angulo ou Iniesta são vistos como meras opções pelos seus clubes, sendo que, no meu ponto de vista, seriam facilmente colmatados por outros jogadores. Esses outros jogadores encontram-se na sua maior parte, nas grandes selecções jovens de Espanha, mas contrariamente ao que se passa noutros países, a aposta nestes jovens não é clara. Só assim se explica que a recém campeã selecção de sub-19 não ponha nenhum jogador no lote dos convocados da selecção principal, chegando ao ponto de uma das maiores referências dessa selecção - Mata - jogar na 2ª divisão espanhola. Este salto qualitativo é algo que falta fazer em Espanha e que explica o fracasso dos jogadores espanhóis entre os 21 e os 25 anos. Claro que há excepções nesse salto qualitativo, mas essas são raras e proporcionadas por manobras políticas de promoção clubística (Torres e Raúl são exemplos disso, muito para irritar os rivais) ou por clubes estrangeiros que apostam na matéria-prima espanhola (Reyes e Cesc).
Assim, temos na selecção espanhola uma clara ruptura entre os grandes jogadores e os jogadores medianos, sendo que a forma dos grandes jogadores influencia claramente a performance da equipa, incapaz de viver à custa das segundas opções. Contudo, o problema não é de hoje e um olhar para o passado ajuda-nos a observar que Espanha nunca teve um real conjunto de grandes jogadores, mas quase sempre algumas estrelas combinadas com jogadores razoáveis que nunca conseguiram provar com o seu trabalho as chamadas à principal selecção espanhola.
Finalmente e como atenuante, mais que todas as outras seleçcões, a Espanha pode queixar-se das arbitragens em fases finais dos Mundiais. Em 1994, Luis Enrique foi claramente agredido por um jogador italiano e nada foi apitado. A história do jogo seria certamente diferente caso o italiano fosse expulso. Em 2002 e frente à Coreia, 2 golos mal anulados que levaram a um debate mais aceso das novas tecnologias, ainda que actualmente não haja qualquer tipo de inovação realmente eficaz.
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