Como última grande competição internacional, o Mundial de 2006 continua a ser fonte de inspiração para aqueles que se interessam por algo mais do que por um simples jogo de futebol. Assim deixo aqui, além da minha estreia como "cronista", uma referência a quatro selecções que não as tradicionais candidatas ao ceptro, não me esquecendo de enviar um grande gesto de apreço aos outros intervenientes deste "Crónicas da Bola".
Uma selecção que, após a fragmentação da ex-Jugoslávia, continua a criar grandes expectativas nos seus adeptos é a Croácia. Para mim foi uma lição de táctica observar esta selecção a jogar nos relvados da Alemanha.
Esquematizada, pelo seu seleccionador Zlatko Kranjcar, num aparente 4x4x2, em campo o onze ganha uma dimensão mais de um 3x5x2 ou 3x4x3 do que uma clássica defesa a quatro. Com Pletikosa na baliza, a equipa seria composta, no papel, por Simic, Robert Kovac, Tudor e Simunic na defesa, no meio-campo actuariam Srna e Babic nos flancos e Niko Kovac e Niko Kranjcar no miolo, com a frente de ataque entregue a Prso, mais fixo, e Klasnic ou Olic mais soltos. Porém, consoantes as diferentes circunstâncias de jogo, a equipa exibia diferenças. Nas alas, Srna e Babic soltavam-se, fazendo todo o flanco, sendo a defesa composta por Simic, R. Kovac e Simunic, enquanto que Tudor se adiantava, jogando como trinco à frente dos centrais, protegendo ao mesmo tempo a defesa a 3 e os mais criativos N. Kovac e Kranjcar. Uma beleza para os olhos.
Da América do Sul surgiu uma selecção que foi capaz de deixar de fora a Colômbia, o Chile ou o Peru do Mundial: o Equador. Rapidamente se percebeu porquê.
Esquematizada num 4x4x2, o Equador jogou (e joga) numa mistura da bela técnica sul-americana, adquirida nas ruas, e de força, raça e picardia que talvez façam da sua selecção a mais fisicamente potente da América do Sul.
Dela se destacaram os experientes pilares defensivos De la Cruz, lateral-direito do Aston Villa, e o "eterno" capitão Ivan Hurtado. No meio-campo, Edwin Tenorio e Luis Valencia pegam na equipa e levam-na a concentrar-se a defender sem bola e a esticar-se a atacar. No ataque a dupla Tenorio-Delgado põe a cabeça em água a qualquer defesa, quer pela pujança física quer pelo bom entendimento entre ambos.
A única selecção africana a passar da fase de grupos do Mundial 2006 foi o Gana.
Esquematizada num 4x1x3x2, a sua continuidade deveu-se sobretudo seu possante meio-campo. Os monstros físicos Appiah, Muntari e Essien, perfeitos a ocupar os espaços a defender e a atacar, sempre em movimento durante 90 minutos. Atrás deles uma defesa que se tornou sólida após a saída do onze do seu jogador mais conceituado, Samuel Kuffour, e a entrada do jovem gigante Mensah; entre a defesa e o meio-campo, colando as linhas num trabalho discreto, está Addo. No ataque, o veloz e oportuno Gyan Asamoah , e o todo-terreno Amoah.
Uma equipa que deixou saudades após o seu afastamento contra o Brasil, "por culpa" do castigado Essien.
Para finalizar, a equipa que foi afastada do Mundial sem sofrer golos: a Suiça.
Esquematizada em 4x5x1 ou 4x4x2 consoante a opção recaísse sobre o médio ofensivo Gygax ou o possante ponta-de-lança Streller para acompanhar Alexander Frei, exímio nas desmarcações e no aproveitamento das poucas oportunidades que a equipa consegue construir para si. Com Zuberbühler na baliza, o eixo da defesa era composto por Senderos e Müller (que se viria a lesionar sendo substituído por Djourou), com Magnin e Degen nas laterais, ambos com grande vocação ofensiva e certeza nas transições defesa-ataque-defesa. No meio-campo Vogel e Wicky, apesar de algo lentos, eram exímios na recuperação de bola e na ocupação dos espaços, sobretudo nas faixas devido à mentalidade ofensiva de Degen e Magnin; Cabanas e, sobretudo a revelação suiça Barnetta (grande pulmão e disponibilidade para tanto atacar como defender!), rompiam, tentando a assistência para Frei ou o remate.
A bela Suiça acabaria por ser afastada da competição nos "penalties" pela Ucrânia de Shevchenko, após 0-0 em 120 minutos de jogo.
Uma selecção que, após a fragmentação da ex-Jugoslávia, continua a criar grandes expectativas nos seus adeptos é a Croácia. Para mim foi uma lição de táctica observar esta selecção a jogar nos relvados da Alemanha.
Esquematizada, pelo seu seleccionador Zlatko Kranjcar, num aparente 4x4x2, em campo o onze ganha uma dimensão mais de um 3x5x2 ou 3x4x3 do que uma clássica defesa a quatro. Com Pletikosa na baliza, a equipa seria composta, no papel, por Simic, Robert Kovac, Tudor e Simunic na defesa, no meio-campo actuariam Srna e Babic nos flancos e Niko Kovac e Niko Kranjcar no miolo, com a frente de ataque entregue a Prso, mais fixo, e Klasnic ou Olic mais soltos. Porém, consoantes as diferentes circunstâncias de jogo, a equipa exibia diferenças. Nas alas, Srna e Babic soltavam-se, fazendo todo o flanco, sendo a defesa composta por Simic, R. Kovac e Simunic, enquanto que Tudor se adiantava, jogando como trinco à frente dos centrais, protegendo ao mesmo tempo a defesa a 3 e os mais criativos N. Kovac e Kranjcar. Uma beleza para os olhos.
Da América do Sul surgiu uma selecção que foi capaz de deixar de fora a Colômbia, o Chile ou o Peru do Mundial: o Equador. Rapidamente se percebeu porquê.
Esquematizada num 4x4x2, o Equador jogou (e joga) numa mistura da bela técnica sul-americana, adquirida nas ruas, e de força, raça e picardia que talvez façam da sua selecção a mais fisicamente potente da América do Sul.
Dela se destacaram os experientes pilares defensivos De la Cruz, lateral-direito do Aston Villa, e o "eterno" capitão Ivan Hurtado. No meio-campo, Edwin Tenorio e Luis Valencia pegam na equipa e levam-na a concentrar-se a defender sem bola e a esticar-se a atacar. No ataque a dupla Tenorio-Delgado põe a cabeça em água a qualquer defesa, quer pela pujança física quer pelo bom entendimento entre ambos.
A única selecção africana a passar da fase de grupos do Mundial 2006 foi o Gana.
Esquematizada num 4x1x3x2, a sua continuidade deveu-se sobretudo seu possante meio-campo. Os monstros físicos Appiah, Muntari e Essien, perfeitos a ocupar os espaços a defender e a atacar, sempre em movimento durante 90 minutos. Atrás deles uma defesa que se tornou sólida após a saída do onze do seu jogador mais conceituado, Samuel Kuffour, e a entrada do jovem gigante Mensah; entre a defesa e o meio-campo, colando as linhas num trabalho discreto, está Addo. No ataque, o veloz e oportuno Gyan Asamoah , e o todo-terreno Amoah.
Uma equipa que deixou saudades após o seu afastamento contra o Brasil, "por culpa" do castigado Essien.
Para finalizar, a equipa que foi afastada do Mundial sem sofrer golos: a Suiça.
Esquematizada em 4x5x1 ou 4x4x2 consoante a opção recaísse sobre o médio ofensivo Gygax ou o possante ponta-de-lança Streller para acompanhar Alexander Frei, exímio nas desmarcações e no aproveitamento das poucas oportunidades que a equipa consegue construir para si. Com Zuberbühler na baliza, o eixo da defesa era composto por Senderos e Müller (que se viria a lesionar sendo substituído por Djourou), com Magnin e Degen nas laterais, ambos com grande vocação ofensiva e certeza nas transições defesa-ataque-defesa. No meio-campo Vogel e Wicky, apesar de algo lentos, eram exímios na recuperação de bola e na ocupação dos espaços, sobretudo nas faixas devido à mentalidade ofensiva de Degen e Magnin; Cabanas e, sobretudo a revelação suiça Barnetta (grande pulmão e disponibilidade para tanto atacar como defender!), rompiam, tentando a assistência para Frei ou o remate.
A bela Suiça acabaria por ser afastada da competição nos "penalties" pela Ucrânia de Shevchenko, após 0-0 em 120 minutos de jogo.
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