Face à poética "no fim são todos bons" aplicada ao final da carreira futebolística de João Vieira Pinto, tenho que deixar aqui bem expressa a minha opinião: João Pinto foi de facto um jogador marcante das últimas duas décadas, porém, não chegou a ser nem um décimo do jogador que prometeu.
Desde cedo visto como o mais brilhante jogador das fornadas de Queiroz (Riade e Lisboa), João Pinto começou a carreira logo na forma que viria a caracterizar todo seu percurso, isto é, de forma muito irregular. Começou no excelente Boavista de ínicios de 90, tentou a sua sorte em Espanha (Atlético Madrid B), não tendo sido bem sucedido, voltou depois ao Boavista em 1991, de onde deu o salto para o Benfica em 1993 onde por fim se estabeleceria por quase uma década.
No Benfica, João Pinto foi "Menino de ouro", embora só na época 93/94 tenha jogado de acordo com tudo aquilo que prometia no inicio da carreira, destacando nesse ano sua melhor exibição de sempre: o hat-trick em Alvalade no célebre 6-3. Seguiram-se anos de tragédia, com João Pinto a ser o capitão da jangada benfiquista, enquanto se sucediam dissabores, culminados no desastre de Vigo (0-7 perante o Celta).
Em 2000 João Pinto seria dispensado do clube que mais fé e paixão depositou nele, acabando por assinar pelo rival de sempre, onde passou a ser tratado como "O grande artista". Em Alvalade João Pinto foi o "pai" de Jardel, de tantas vezes que municiou o matador brasileiro. Aí ganhou títulos e fez a sua melhor temporada depois de 1994. No entanto, foi fugaz a sua passagem pelo Sporting, tendo acabado dispensado por não ter aceite um novo contrato (revisto em baixa face aos problemas económicos do SCP).
Já na casa dos 30, acabou por assinar pelo Boavista onde ainda espalhou alguma classe e acabou a carreira no Braga, entrecortado por boas exibições e lesões.
Ao nível de selecção, fez em 81 jogos a boa soma de 23 golos. Fica no registo o bom Euro96 e o excelente Euro2000, contudo manchados pelo soco no árbitro Sanchéz no Mundial 2002 que lhe fechou as portas da selecção nacional.
Em suma, João Pinto ficou claramente assinalado no mapa do futebol português se tivermos em conta uma análise puramente estatística: foram mais de 600 jogos ao mais alto nível com mais de 150 golos marcados. Do ponto de vista de influência, João Pinto teve cinco ou seis jogos realmente espantosos ,muitos outros onde foi peça fulcral, mas igualmente demasiados episódios negativos, acumulando cartões vermelhos por faltas violentas, quezílias inúteis e agressões sem nexo. O seu temperamento foi o seu principal inimigo, impossibilitando-o de acabar a carreira como o herói que prometeu ser um dia.
A dar uma nota à sua carreira fico-me pelo 14 (0 a 20). Foi sem sombra de dúvida uma carreira rica em acontecimentos, mas ao mesmo tempo fraca em termos de títulos, ficando ainda 'engasgado' o facto de nunca ter tentado uma aventura no estrangeiro quando parecia talhado para isso. Talvez por isso tenha ficado a anos-luz de Figo, Baíae Rui Costa, os outros grandes jogadores da sua geração.
Desde cedo visto como o mais brilhante jogador das fornadas de Queiroz (Riade e Lisboa), João Pinto começou a carreira logo na forma que viria a caracterizar todo seu percurso, isto é, de forma muito irregular. Começou no excelente Boavista de ínicios de 90, tentou a sua sorte em Espanha (Atlético Madrid B), não tendo sido bem sucedido, voltou depois ao Boavista em 1991, de onde deu o salto para o Benfica em 1993 onde por fim se estabeleceria por quase uma década.
No Benfica, João Pinto foi "Menino de ouro", embora só na época 93/94 tenha jogado de acordo com tudo aquilo que prometia no inicio da carreira, destacando nesse ano sua melhor exibição de sempre: o hat-trick em Alvalade no célebre 6-3. Seguiram-se anos de tragédia, com João Pinto a ser o capitão da jangada benfiquista, enquanto se sucediam dissabores, culminados no desastre de Vigo (0-7 perante o Celta).
Em 2000 João Pinto seria dispensado do clube que mais fé e paixão depositou nele, acabando por assinar pelo rival de sempre, onde passou a ser tratado como "O grande artista". Em Alvalade João Pinto foi o "pai" de Jardel, de tantas vezes que municiou o matador brasileiro. Aí ganhou títulos e fez a sua melhor temporada depois de 1994. No entanto, foi fugaz a sua passagem pelo Sporting, tendo acabado dispensado por não ter aceite um novo contrato (revisto em baixa face aos problemas económicos do SCP).
Já na casa dos 30, acabou por assinar pelo Boavista onde ainda espalhou alguma classe e acabou a carreira no Braga, entrecortado por boas exibições e lesões.
Ao nível de selecção, fez em 81 jogos a boa soma de 23 golos. Fica no registo o bom Euro96 e o excelente Euro2000, contudo manchados pelo soco no árbitro Sanchéz no Mundial 2002 que lhe fechou as portas da selecção nacional.
Em suma, João Pinto ficou claramente assinalado no mapa do futebol português se tivermos em conta uma análise puramente estatística: foram mais de 600 jogos ao mais alto nível com mais de 150 golos marcados. Do ponto de vista de influência, João Pinto teve cinco ou seis jogos realmente espantosos ,muitos outros onde foi peça fulcral, mas igualmente demasiados episódios negativos, acumulando cartões vermelhos por faltas violentas, quezílias inúteis e agressões sem nexo. O seu temperamento foi o seu principal inimigo, impossibilitando-o de acabar a carreira como o herói que prometeu ser um dia.
A dar uma nota à sua carreira fico-me pelo 14 (0 a 20). Foi sem sombra de dúvida uma carreira rica em acontecimentos, mas ao mesmo tempo fraca em termos de títulos, ficando ainda 'engasgado' o facto de nunca ter tentado uma aventura no estrangeiro quando parecia talhado para isso. Talvez por isso tenha ficado a anos-luz de Figo, Baíae Rui Costa, os outros grandes jogadores da sua geração.
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